A fotografia, é uma outra paixão que tenho, não no desafio da captação, mas muito mais perante o que "é caçado" por outros, e me toca num arrepio de emoções, mesmo até que não os conheça de lado nenhum.
Aqui pelo mundo tecnológico, também até sinto uma brisa da noite, e assim, nem deixo de desfrutar em pleno pelo tal arrepiar dos sentidos, porque também em todas as vezes em que me deparo com a diferença, solta-me a alma, e embalo atrevidamente na perceção do que posso não ter a certeza, mas exponho na procura da certificação genuína...Estas imagens, disparadas por um tal, Diogo Maia, cativaram o meu envolvimento na mensagem proporcionada, pois pelo ressalto talentoso da sua sensibilidade, ainda mais se expande a tradução fiel de uma guerra silenciosa, onde artérias que muito dizem a quem ama a Figueira, surgem gélidas de um calor humano, que as compõe num qualquer contexto, que não este, e ao qual não estávamos habituados.
Mas eis que, também pelo meio da escuridão avassaladora, onde o silencio se insinua tenebroso na calçada do Picadeiro, corre passo a passo uma sombra rasteira, que no cálculo persegue um casal amigo, que em sítios certos, nunca falha com a comidinha que lhe aconchega a noite de sono, e lhe dá pujança à energia que o transportará a um novo dia.Isso mesmo, na primeira foto, antes do Caçarola Dois, e já muito perto do Ipanema, quem sabe os seus amigos por lá estejam, no hábito do café da noite, e onde com o roçar nas pernas e um miar de afeto, lhes possa suplicar o saquinho da sua delicia pontual de vida.Pois é, mas a Pandemia vai reinando, e se eu como muitos, entendi não ir em busca do meu descafeinado, também não tenho a certeza, se os Amigos deste Gatinho Cinzentão, por ordens do bom senso de confinamento , por lá não apareceram, e deste modo, terá sobrado perante a aproximação para o registo sensível do Diogo Maia, e por entre o monte das cadeiras, o olhar vidrado de um animal de rua, num choro intenso e suplicante, por algo que nem sempre se advinha pela necessidade.
Fica a esperança de um desidrato mais feliz do que o que perspetivo, na certeza porém, de que o COVID 19, já era hora de "dar à sola" para bem longe, de modo a acabar com a Guerra, e fazer regressar uma Paz que faz falta ao Mundo, e não só a quem quer que seja...
custcruz