Ás boas intenções sempre as preferi observar com o tempo,o instinto das pessoas de bem converge naturalmente para reações vigorosamente solidárias e imediatas,mas no calor das emoções,sempre há quem por força de circunstancias viciadamente desenhadas,assuma um moralismo que não se coaduna com a realidade prática das suas vidas.
Nesta ocasião,manifestou-se "o rebanho",mas entre estes,piores há,os que são "os lobos" que nos seus habitats naturais elaboram a liberdade de expressão por linhas tortas,e pior do que isso,impõem-na num RADICALISMO traduzido em artifícios terroristas e não menos desumanos do que o dos desprezíveis assassinos da vida de quem quer que seja.
Se eu sou CHARLIE?
Se calhar sou,assumindo toda a dimensão da liberdade de expressão,retratando a prática do meu dia a dia,e mais do que isso,não pecando no débito para com a minha consciência.
Quantas das personalidades presentes em Paris,não influenciam e mexem com as mais profundas bases da liberdade e da verdadeira democracia?
Quantos fecham os olhos à luz,e deixam a escuridão tomar conta dos sonhos que brotam de modo puro e cristalino na vontade de cada um?
Por esta chacina provocada por loucos,já não era mau que a reflexão dos "profetas da verdade" coordenasse o sangramento e o cheiro nauseabundo de quem o suga no interesse parcializado e doentio,e numa demonstração de revitalização democrática,tivesse a coragem de desmistificar aquilo que já nem é insinuação aos olhos de ninguém.
E tudo isto,porque são muitos os que não querem ser só CHARLIE,mas muito mais do que isso,abraçar toda uma ação comunicativa onde se preencha um mundo iluminado pelo respeito entre os povos,alicerçando as filosofias e credos numa tolerância capaz de reduzir "o mundo dos loucos",e aí sim,controlar o tal extremismo emanado dos desequilíbrios mentais,mas também muito originados por fúteis e excessivas provocações,que só podem conduzir a atos onde "as pontas" se tocam,e electrizam os caminhos da PAZ.
Bom,entre tantos,também quero acreditar que alguns até ficarão com esta carapuça nas mãos.
Custódio Cruz