Afinal a vida foi,é...e será sempre um desafio na sequência sólida de percorrer caminhos que se ajustem à reflexão equilibrada e tolerante, onde os projetos nunca acabem, e se definam cada vez mais naquilo que queremos ser, e não no que os outros querem que nós sejamos...
Perceber que refletir e concluir são atos que não podem estar confinados apenas ao reflexo daquilo que experimentamos sozinhos, ou obcecadamente vemos nos outros,caindo assim na tentação de criar verdades absolutas agarradas a pressupostos com falta de equilíbrio identificativo da nossa própria vontade...
Não podemos nem devemos querer para os outros aquilo que foram momentos nossos,e ajustados apenas e só para nós próprios...
Fazer crescer é educar e tentar ser amigo,é procurar limar com valores acrescentados os passos próprios de uma imaturidade pela qual quando jovens naturalmente passamos,e ou se está bem atento,ou então ficamos apenas por nossa conta,e isso pode ser muito perigoso...
Sinto sinceramente que os "meus" me olham com a admiração de quem foi livre de escolher o seu próprio caminho,com responsabilidade e dispensando cópias comportamentais,mas entendendo que a partir de uma "base experimentada" também podemos ramificar genuinamente o nosso próprio"eu"...
Só se vive uma vez,e tirar originalidade a um ser,é limitar as emoções que estavam reservadas para cada um,e isso eu penso que não é justo...

Custódio Cruz

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...
"...No dia em que me silenciarem a voz,não me apagarão os gestos,no dia em que me aniquilarem os gestos,nunca farão esquecer os meus sentimentos..." CustCruz

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Afinal o que vale a equipa senior da Naval 1º de Maio ?


Taça de Portugal (2ª Eliminatória )

Jogo no Estádio Municipal José Bento Pessoa,na Figueira da Foz

Naval 1º de Maio
Gonçalo Carvalho,Tito Junior,Tiago Correia,Sérgio Grilo,Jardel Nazaré,(Camarão),Michel 
Rondon,Bruno Brito,Zé Pedro,Nuno Tavares(Mita Pedrous),André Ferreira(Iduíno Junior) e Junior Mendes.
Treinador : Tiago Raposo
A.D.Fafe
Lopes,Raviola,Xavi(Fred),Ricardo,Fernandes,Herculano,André,Silvestre,Cardoso,Ferrinho(Nuninho),Vasco Costa(Vasco Cruz) e Sócrates.
Treinador: Agostinho Bento

Árbitro:  Jorge Ladeiras(A.F.Santarém)
Assistentes:  Fernando Ferreira e Edgar Duarte



Domingo de descanso,à falta de agenda recorri ao toque das emoções passadas,de quando em vez,é assim que faço,é assim que me apetece e me dá na real gana.
A vida não está para grandes dispendios,mas caramba,se acertasse nas minhas perspectivas para este embate,até podia passar a tarde a preencher prognósticos capazes de solucionar as possíveis incidências futuras de uma equipa,a quem se exige feitos assinaláveis,alicerçados em estruturas de mais fácil gestão financeira,mas muito mais complicadas de gerir sob as vertentes que mexem com o jogo,e mais do que isso,com a mente de cada protagonista.
Pela experiência o alicerço,de que melhor oportunidade não tinha quem quisesse verdadeiramente avaliar esta Naval,onde depois de um início muito fraco no seu campeonato,era agora confrontada com uma perfeita prova dos nove,perante um Fafe de ambições planeadas de forma mais sólida,e onde requisitos de ordem financeira traziam ao "palco das emoções" certezas que nem sempre se confirmam desportivamente,mas quase sempre se evidenciam dentro das quatro linhas.
Perante isto,perguntava a mim próprio,até onde poderia ir esta Naval,que virtuosismos sobrariam para o futuro,quem era e o que era esta aposta de um clube que vive nas agruras da uma crise circunstancial,e não só,mas tenta passar a mensagem de um possível retorno a realidades de novo galvanizadoras para o meio a que pertence.
Bom,vamos ao jogo das ditas emoções,e o resto deixemos que o tempo passe,e logo de certo se verá se os coveiros mudam de cemitério,e o herói consegue dobrar o "cabo das tormentas".

Acabar de me sentar na bancada,e identificar o Sérgio Grilo,foi como "o primeiro golo" da minha decisão em ir ver esta partida,afinal de contas,e última vez que o vi jogar,foi mesmo sob a minha orientação técnica,contra já não sei quem,e onde assumidamente ele era avançado,e nunca terá sido preciso ser colocado no sector defensivo,ainda que,ele saiba bem,que se fosse necessário tinha mesmo que o fazer,o que não era admiração nas instruções pedagógicas que tinha todo o grupo nesse sentido polivalente.
Logo aqui,percebi que Tiago Raposo,ainda tinha a vida mais complicada do que pensava eu,já que o César embora no banco,não estaria em condições plenas para jogar,e alternativas pelos vistos não sobravam,sendo que a experiência e humildade do Sérgio,poderiam surpreender muita gente,e revelar-se cruciais para o equilíbrio de uma equipa que queria sonhar naquela tarde de fim de Setembro.
Mesmo ao tempo e como avançado,o Grilo foi sempre muito equilibrado na sua ação entre o que fazia a defender e a atacar,muito bom na recuperação da posse da bola,"saltitão" no jogo aério,concentrado nas "intenções",não vacilei minimamente no acerto da opção forçada.
Cumpridos os 90 minutos,mais o prolongamento,apenas me apetece associar uma palavra e o nome ao que mostrou e concretizou :
Grande Sérgio Grilo !

Sobre o jogo no seu todo,gostei da estruturação táctica da Naval,que lhe deu muita solidez na defesa da sua baliza,e deixou sempre margem na construção de ações ofensivas que pudessem fazer apostar os jovens navalistas no objetivo de também sonharem com um resultado de passagem á próxima eliminatória da Taça de Portugal.
Com os laterais atentos na defesa dos seus corredores,nunca deixaram estes de empreender em movimentações preparadas de apoio à frente de ataque,destacando-se hoje e neste jogo,este tal Jardel,que é mesmo muito bom de bola,e me parece um jovem já com grandes atributos certificados,e face à margem de progressão possível,vir mesmo a ser um caso muito sério no futebol profissional.
O Tito Junior,foi o mais testado durante a partida pela codicia táctica de Agostinho Bento,treinador do Fafe,concentrado e muito motivado,saberá também o que é poder contar com a "cobertura" de Michel Rondon,outro dos que me saltou à vista,como alguém que se "colar" sempre na atitude uma face o mais igual possível,melhor ligará a sua predestinação técnica a uma simplicidade de jogo que se pode tornar espetacular á luz do objectivo coletivo.
O Fafe,mostrou-se mais afoito no ataque durante a primeira parte,mas o acerto também de Bruno Brito e Zé Pedro no eixo,fechavam investidas que pudessem dar profundidade e objetividade aos seus anseios,e nem o "brinde envenenado" concedido pelo guarda-redes navalista Gonçalo Carvalho,que provocou uma grande penalidade carregada de tanta ingenuidade,que quase se poderia pensar "que foi de propósito",e isto talvez só para "dar nas vistas",como querendo mostrar que também estava presente,vai daí,arrancou uma belíssima defesa,e depois durante todo o jogo,o "baixinho" mostrou uma enorme segurança,e uma concentração com que só os melhores sabem lidar.
Enfim,com Tiago Raposo muito ativo no banco(como segundo se dizia na bancada nunca o fez),a Naval ia fazendo crescer a ambição da surpresa,já o banco do Fafe,era bem a imagem do nervosismo de quem não estava à espera que "favas contadas" se evidenciassem tão duras de roer.
O handicap dos verdes,desenhava-se notoriamente pelo esforço da defesa da sua baliza,e ainda da colocação pouco empreendedora no ataque por parte dos nortenhos(experientes),não conseguindo materializar lances de ataque devidamente apoiados e libertos de amarras fixas em jogar num só sentido,tirando capacidade ofensiva a quem os estados emocionais ainda precisam de ser trabalhados para crescer de forma emancipada.
Menos dores de cabeça não tinha o treinador do Fafe,que colocando Nuninho na direita a rivalizar com o Tito,não conseguia resultados significativos para acabar com a ansiedade dentro e fora do campo,conseguindo assim a Naval levar o jogo para o prolongamento,assustando até nos minutos finais,com uma série de cantos conquistados,e que fizeram "suar as estopinhas" do banco dos visitantes.
O prolongamento acabou por vir confirmar o quanto a experiência pode marcar pontos,e depois de um jogo onde se amontoaram muitos amarelos,o risco da acumulação "caíu" para a Naval,e com 10 jogadores contra 11,foi suficiente saber esperar,e com outra adaptação desta feita executada por um jogador de enorme atitude(Iduíno Junior),ao lado esquerdo,mas que não chegou,acabaria por resultar na chave que viria a desequilibrar o prélio.

Para a história fica a eliminação da Naval,mas mais do que isso,não se perdeu a conclusão que se procurava,a equipa da Figueira da Foz,tem um início de campeonato frágil sob o ponto de vista competitivo,mas sem derrotas categóricas,e um empate em Touriz,pode e deve saber que ainda há muito campeonato pela frente,e que sempre pode ser reversível um cenário mais consentâneo com o seu valor.
Afinal de contas ainda,
o Fafe é o reverso da medalha a um mau início de competições no Campeonato Nacional de Seniores,e nesta altura,é líder na sua série de forma categórica.

Resultados e Classificações

JornadaDiaJogoPontosPos.
124.08.2014
Bragança
0 - 0
Fafe
16.º
231.08.2014
Fafe
4 - 0
Cerveira
42.º
314.09.2014
Santa Maria
2 - 3
Fafe
71.º
421.09.2014
Fafe
5 - 0
Vieira
101.º


Bom,e para ir concluindo,consciente deve ficar o plantel da Naval,que fizeram um jogo muito bom,que terá sido o melhor da época,e muito por força da sua atitude,do seu querer,do seu espírito de ambição,e que aquelas camisolas brilharam mais porque a cabeça funcionou em quem por ser jovem tem que fazer prevalecer o engenho em cada passo,em cada passe,em cada intercepção,em cada remate,como forma para além de conquistar bons resultados,possa também dimensionar-se no futebol.
Ter capacidade de sonhar,ficou aqui provado não pode ser só esperar pelo sonho,e se um ultimo classificado se opôs desta forma equilibrada a um líder incontestável,que festejou os dois golos no Bento Pessoa como se tivesse conquistado a Taça do Mundo,então que se marque já o próximo treino só para refletir,pois que o que mais me parece,é que a falta de acerto psicológico não ajuda nada à mescla que se pretende com muitos jovens num só "barco",vencedor e vencedores são aqueles que mais iguais se apresentam de treino a treino,de jogo a jogo,de dia para dia.

Quanto ao árbitro,gostei,sinceramente,sobe o ponto vista técnico e disciplinar,e se no prolongamento terá exagerado na expulsão da Naval,perguntem a quem estava mais perto,pois por mim não posso tirar conclusões a tanta distancia.
O certo,é que o resultado até foi muito marcado indiretamente por esse lance,mas menos certo não é,que durante toda a partida se teve um árbitro imparcial,e que por ser jovem até pode também pensar em outros vôos,assim depois não se tresmalhe em tons dourados.

E a Naval de 0 a 5 ...enfim...


Gonçalo Carvalho,(4)    Entre o tudo e o nada,acabou por conseguir muito...
Tito Junior             (4)    Concentração e sentido prático,o segredo para não falhar...
Tiago Correia,       (4)    Seguro e tranquilo portas meias com a experiência...
Sérgio Grilo,         (5)     Grande na humildade,no empenho e na sabedoria...
Jardel Nazaré,       (5)     Mais que buliçoso,talentoso e com brilhos únicos...
(Camarão),            (3)     Muita atitude,na procura de um momento mágico...
Michel Rondon,    (5)     Predestinado para o jogo,geométrico nas movimentações...
Bruno Brito,          (4)     Escondeu algo mais,para além da intensidade capaz...
Zé Pedro,               (4)     O Zé Pedro,o talento e a mente...
Nuno Tavares        (3)     Difícil brilhar muito,sem a profundidade de jogo....
(Mita Pedrous)      (3)     Abnegado e perdido num deserto de ideias ofensivas...
André Ferreira      (3)      Lutador e inconsequente por falta de caminhos para o golo...
(Iduíno Junior)      (4)     Grande atitude,mesmo a jogar em espaços que não são de todo os seus...
 Junior Mendes     (3)      Destino difícil de fazer brilhar,mas há potencial para expor no futuro...