LUSA
Protesto deverá juntar praticantes de desportos de ondas, como surfistas e bodyboarders, pescadores e outras pessoas na tarde desta quarta-feira. Um pescador morreu e quatro estão desaparecidos. Dois foram resgatados.
Uma manifestação silenciosa, agendada para as 18h30 desta quarta-feira em frente às instalações da Capitania do Porto da Figueira da Foz, pretende contestar a actuação dos meios de socorro no naufrágio ocorrido terça-feira, disse um dos promotores.
Luis Ferraz
Em declarações à agência Lusa, João Traveira, praticante de "bodyboard" e um dos promotores do protesto, frisou que a manifestação pretende contestar a demora na actuação dos meios de socorro e a versão da Marinha, que alega que as condições do mar e a existência de redes na água não permitiram que embarcações com hélices se aproximassem do navio naufragado.
"Dizem que não saíram porque o mar estava mau e havia redes na água. Mas quais redes? Onde estão as redes? Se houvesse uma ou duas motos de água com pessoas que soubessem andar no mar tinham salvado toda a gente", criticou João Traveira.
O promotor do protesto disse ainda que o agente da Polícia Marítima que estava de licença e veio a resgatar dois pescadores que estavam numa balsa à entrada da barra, mais de uma hora depois do naufrágio, "actuou sozinho, à revelia" da Autoridade Marítima,
versão que o porta-voz daquela entidade, Nuno Leitão, desmentiu, alegando que a moto de água foi accionada pelo Comandante do Porto da Figueira da Foz.
versão que o porta-voz daquela entidade, Nuno Leitão, desmentiu, alegando que a moto de água foi accionada pelo Comandante do Porto da Figueira da Foz.
Questionado sobre o porquê de a moto de água apenas ter saído da marina quase uma hora após o naufrágio, já de noite, quando à hora do acidente havia visibilidade, Nuno Leitão respondeu que "foi o tempo necessário para aferir as condições" de actuação dos meios de socorro.
O promotor da manifestação, que deverá juntar praticantes de desportos de ondas, como surfistas e bodyboarders, pescadores e outras pessoas, defendeu a criação de um grupo de salvamento no porto da Figueira da Foz, constituído por duas motos de água, tripuladas "por quem perceba do mar", apelando à autarquia da Figueira da Foz e à administração portuária para que o promovam.
"Com duas motos tinham tirado as pessoas de uma vez só. Estamos num país que em vez de promover a vida, anda a promover a morte", acusou.
O naufrágio ocorrido na terça-feira provocou uma morte, havendo ainda quatro pescadores desaparecidos. Foram resgatadas duas pessoas com vida e as buscas no local estão a decorrer através de meios marítimos, terrestres e um helicóptero.
Infelizmente não consegui estar presente,mas é assim que se tem que começar a responder à prepotência e cinismo de "responsáveis" que se habituaram a justificar os seus "pecados" com a teoria insensível das palavras,caindo em contradições tão esfarrapadas,que facilmente se verifica que não enxergam a inaptidão para os "tachos"que lhe foram proporcionados.Parabéns para a atitude firme mas pacífica de quem por ali esteve movido pela dor,mas não crucificou quem quer que seja,e antes e apenas exigiu responsabilidades,mais reflexão e zelo para o futuro.Paz para as almas de quem sucumbiu àquela autêntica armadilha de um destino,que parece compensar quem à muito assobia ao longo do molhe norte,se entusiasma com a enormidade das "bestas do dinheiro",e omite a realidade do mundo,que tem e sempre terá grandes e pequenos,no mesmíssimo direito de viver e serem felizes.
Custódio Cruz