Solidariedade não é uma palavra vã,mas os tempos também não estão fáceis para a maioria das pessoas,e se a moldura humana que ontem preencheu a bancada principal do Bento Pessoa,até foi ainda assim motivante para quem sonhou poder ajudar quem precisa.mais se desejaria ver num estádio,onde em tanto espaço se podia ter traduzido um "maior abraço" para com as famílias das vitimas na tragédia do "Olívia Ribau".
Pelo que se soube depois,entre a receita do jogo,sorteio,e apoios de empresas que foram sensíveis ao nobre gesto Navalista,digamos que "aquele pouco valeu muito",na impulsão de um recomeço que se deseja convicto e capaz de recuperar aquelas "almas do mar",que nunca se constou que fossem de desistir,mas que como todas,também necessitam do alento provocado,para que os seus passos de vida se direcionem de novo em direção à linha para o qual cada um está destinado.
Parabéns à Naval,
e um enorme abraço solidário para os que cá ficaram para honrar os que partiram.
Entre este sentimento de dever comprido,por parte dos apaniguados e simpatizantes Navalistas,floresceu paralelamente outro tipo de emoções,onde o subconsciente de muitos dos presentes,transportou memórias doces embrulhadas num sentimento de nostalgia,por outros tempos de glória onde no Bento Pessoa se protagonizaram grandes embates entre "equipas sonhadoras",tais como a Naval e o Paços de Ferreira,que por isso mesmo,têm hoje feitos inesquecíveis e brilhantes nas páginas da prestigiada Taça de Portugal.
Os tempos de agora são outros,e as realidades também se alteraram nas posses de cada uma destas equipas,e se por exemplo o Paços da cidade do móvel,ainda consegue ostentar patrocinadores como o Banco Bic,já a Naval da Figueira da Foz,vive com empenhos publicitários e estruturais onde os brilhos da "prata da casa",tudo fazem para alimentar uma nova sequência histórica,que impeça maus murmúrios que por aí pairam,e quem sabe,até um dia se possa de novo voar nas asas de uma ambição mais bem pensada e sólida,num encalço que a projete de novo nos píncaros do futebol português.
Quanto ao confronto propriamente dito entre estas duas formações,injusto seria não colocar como premissa de evidente desiquilíbrio emocional,a diferença de idades e respetiva "experiência de palcos",entre a esmagadora maioria dos atletas da Naval e do Paços de Ferreira.
Ainda que no entanto,quantas vezes os pequenos se opõem aos maiores,e com atributos de superação,desmistificam imunidades no favoritismo de qualquer um dos mais badalados emblemas.
Mas o certo é, que para o caso,o jogo não começou com o desenho mais optimista para os verde e brancos,pois o Paços de Ferreira entrou com tudo,e circulando a bola com uma enorme segurança e objetividade,cedo atacou debilidades do 4x2x3x1 esquematizado sob a batuta de Fernando Mira,criando logo de início oportunidades flagrantes para o adversário,através de um jogo exterior(como agora é dito),que anunciavam que mais tarde ou mais cedo, a faturação iria inciar-se para os castores.
A lição parecia bem estudada,pois as investidas eram canalizadas sob a ala direita dos verdes,onde as descompensações defensivas eram tais,que até eu mesmo me atrapalhei na análise da tanta confusão de posicionamentos mal medidos,muito pela obstinada aposta na malfadada defesa em linha(está na moda!!),como também na falta aceitável de estruturas formativas perfeitamente gritantes,em um ou outro atleta,que por acaso se somavam no mesmo setor,e assim com os seus inseguros desempenhos acabaram por quebrar "um onze em dois".
Ainda que há mais de um ano que não vá ao futebol,e nem conheça os jogadores,comecei eu melhor "a marcá-los",que eles aos seus adversários diretos,vendo o lateral Tito Junior "perfeitamente ás aranhas",mas que me deixava "rastos" de qualidade,e que ainda que "por ter os dois pés",me pareceu pouco esclarecido na sua postura enquanto lateral direito,mas na verdade,pouco ou nada secundado nas ações defensivas por uma aposta como médio de cobertura que só depois identifiquei dos juniores do ano passado,um tal Amadu,que continuo a pensar tem muitas potencialidades,mas que em funções que não apenas a de privilegiar o ataque,continua a não jogar com os equilíbrios que estabelecem a sincronia entre as ações defensivas e ofensivas,"deixando-se levar muito pelo coração",em intuitos de cariz que melhor protagoniza,mas que devem ser bem medidos,e não precipitados pelo ego de quem lhe apetece.
Tenho admiração por este atleta,mas é bom que de uma vez por todas ele perceba que precisa de crescer em vertentes do jogo,onde para além de poder ser útil,pode mesmo brilhar,e assim corporizar-se num jogador mais completo,e com enormes possibilidades de vingar no futebol,a um nível com o qual de certo ele até sonha,por enquanto só fora das quatro linhas.
É verdade que o Ricardo Tavares,que ainda por cima estava ali ao seu lado,corria ao quilómetro,esforçando-se muito,mas produzindo pouco,não sei se por razões de índole psicológica,se por inoperância física,deixando no entanto como certo que a sua produtividade tecno-táctica,deixou mesmo muito a desejar nesta partida.
Ora com esta falta de sincronia e ajuste nas transposições defensivas e ofensivas(como agora se diz,e eu não gosto nada...), a equipa surgia quebrada,e como já o disse,descompensada na defesa da sua baliza,e foi por aí,que o Paços de Ferreira com espaços a belo prazer,criou e concretizou os golos suficientes para gerir na segunda parte.
O guarda-redes Miguel,até me pareceu um bom guarda redes,já os centrais Rui Daniel e Valença,convenceram-me a "olhá-los" em uma outra oportunidade,pois não puderam neste jogo fazer os milagres que se desejavam,para "tanto buraco cavado pelos castores".assim tal como o Fred.que na esquerda não deixa de também ser condicionado com o benefício da dúvida,porque quando sectores não se ligam,acresce as dificuldades para quem sobra.
Brilhou a espaços o Luis Leite,pele sua atitude arrojada,e de algum requinte técnico,mas que no epicentro causal,acabou na maior parte do tempo,perfeitamente perdido,e sem possibilidade de dar sequência ao que prometia.
No que concerne à linha da frente,e na mesma ordem de raciocínio tecno-táctico,e porque as tranposições ofensivas revelavam pouca capacidade na circulação de bola,embora que na segunda parte tenha melhorado,sem solidez na construção de jogo (interior e exterior),pois...nem o China, que me deixou de novo indicações que prometem muito,nem o Sandro Moço,a quem vejo atributos magníficos,mas mal potenciados mental e posicionalmente,e isto desde que o vi jogar nos juniores,e muito menos o Sérgio Grilo,que me pareceu inconformado com o cenário irreverente e inconsequente que viveu à sua volta,assim pudessem enquanto potenciais concretizadores,levar a bom porto a sua missão.
Entraram depois,muito limitados pelas incidências que o jogo já marcava,o Junior Mendes,o Iduino e o Zé Pedro,que foram parte da face bem mais homogenia que a segunda parte revelou.
Ao Iduino,no entanto,aconselha-se a esforçar-se por ser mais positivo depois de um ou outro falhanço na entrada,porque "o seu segredo" está na capacidade de acreditar,e sem a sequência personalizada,o ser reduz-se a uma banalidade que não tem a ver consigo próprio.
Para a tal história ficou um resultado menos agradável,mas que pode ser precioso para quem se esforça por crescer,e tenta chegar aos limites sonhadores,que só se alcançam conhecendo a derrota nos porquês,e que retratem a parte em que cada um tem que mudar.
Venceu a melhor equipa,a mais apetrechada num amadurecimento que a jovem equipa Navalista,deve almejar para seu bem,e de todos os que sonham alcançar "o além do futebol".
Quanto á arbitragem,pareceu-me envolta em vaidades desproporcionadas,e ainda que firme nas decisões,não deixou de cometer erros,que proporcionaram um golo fora de jogo ao Paços,e perdoaram algumas "entradas em riste" à Naval,de resto, não foi por estes que a Figueira não cantou vitória.
Entraram depois,muito limitados pelas incidências que o jogo já marcava,o Junior Mendes,o Iduino e o Zé Pedro,que foram parte da face bem mais homogenia que a segunda parte revelou.
Ao Iduino,no entanto,aconselha-se a esforçar-se por ser mais positivo depois de um ou outro falhanço na entrada,porque "o seu segredo" está na capacidade de acreditar,e sem a sequência personalizada,o ser reduz-se a uma banalidade que não tem a ver consigo próprio.
Para a tal história ficou um resultado menos agradável,mas que pode ser precioso para quem se esforça por crescer,e tenta chegar aos limites sonhadores,que só se alcançam conhecendo a derrota nos porquês,e que retratem a parte em que cada um tem que mudar.
Venceu a melhor equipa,a mais apetrechada num amadurecimento que a jovem equipa Navalista,deve almejar para seu bem,e de todos os que sonham alcançar "o além do futebol".
Quanto á arbitragem,pareceu-me envolta em vaidades desproporcionadas,e ainda que firme nas decisões,não deixou de cometer erros,que proporcionaram um golo fora de jogo ao Paços,e perdoaram algumas "entradas em riste" à Naval,de resto, não foi por estes que a Figueira não cantou vitória.
Custódio Cruz