É nos silêncios da vida que te rencontro,
entre quadrantes profundos soletro a saudade...
Os teus olhares não se dissiparam no horizonte,
e a tua alma vagueia solta e firme como a luz da lua...
Abraças-me num sopro de vento infinito,
assobiando num chamamento cruzado de amor,
circundas os limites dos meus lamentos,
lembrando a lição que nunca se deve esquecer...
Viver é galgar as sombras,
e voar em direção ao sonho,
adormecer e acordar sem querer,
e não cair no pesadelo medonho...
Com coragem enfrentar o mundo,
com humildade contornar o mal,
em cada passo escrever um caminho,
que não envergonhe quem por lá volte a passar...
Foste-te tu meu Pai,
sou eu teu filho,
que assim nos queremos relembrar,
mesmo que por entre uma névoa perdida,
algo de nós se possa alcançar...
Custódio Cruz