Afinal a vida foi,é...e será sempre um desafio na sequência sólida de percorrer caminhos que se ajustem à reflexão equilibrada e tolerante, onde os projetos nunca acabem, e se definam cada vez mais naquilo que queremos ser, e não no que os outros querem que nós sejamos...
Perceber que refletir e concluir são atos que não podem estar confinados apenas ao reflexo daquilo que experimentamos sozinhos, ou obcecadamente vemos nos outros,caindo assim na tentação de criar verdades absolutas agarradas a pressupostos com falta de equilíbrio identificativo da nossa própria vontade...
Não podemos nem devemos querer para os outros aquilo que foram momentos nossos,e ajustados apenas e só para nós próprios...
Fazer crescer é educar e tentar ser amigo,é procurar limar com valores acrescentados os passos próprios de uma imaturidade pela qual quando jovens naturalmente passamos,e ou se está bem atento,ou então ficamos apenas por nossa conta,e isso pode ser muito perigoso...
Sinto sinceramente que os "meus" me olham com a admiração de quem foi livre de escolher o seu próprio caminho,com responsabilidade e dispensando cópias comportamentais,mas entendendo que a partir de uma "base experimentada" também podemos ramificar genuinamente o nosso próprio"eu"...
Só se vive uma vez,e tirar originalidade a um ser,é limitar as emoções que estavam reservadas para cada um,e isso eu penso que não é justo...

Custódio Cruz

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...
"...No dia em que me silenciarem a voz,não me apagarão os gestos,no dia em que me aniquilarem os gestos,nunca farão esquecer os meus sentimentos..." CustCruz

quarta-feira, 23 de março de 2016

Elogios para a vida,ou será que estavam a gozar comigo?




A propósito do que por vezes escrevo,sinto e falo.também tenho pequenas histórias que agora só lembro pela surpresa que na altura,e mesmo hoje,me fazem refletir sobre o meu mundo,que inserido num outro que é feito de isso mesmo,de reflexões,e de incidências que acabam por nos definir e caracterizar enquanto seres humanos,ora cultos no adquirir do conhecimento,no qual não sou de certo o exemplo capaz,mas muito mais por aquilo que se esconde dentro de nós,e que no atrevimento livre das nossas emoções,até podem marcar uma diferença comunicativa que brilhe aos olhos de quem não despreza os leigos da vida,e tudo por lhe captarem vertentes emocionais perdidas em sonhos mal concretizados,mas inatos e distintos,ainda que a vaguear pelo mundo.
Ou então,é do lá de cá,que um embrulho de convencimento nos trai,quiçá para um ridículo aceitável,por fazer parte das contradições desse tal mundo,onde o enxergar do contraditório do brilho,também solta uma luz ainda que perdida no tempo,como que à deriva na procura de uma autoestima que se processa vigorosa,mas sem o sustento valorativo que convença o círculo de uma vida sempre sedenta pela novidade continuada da sua existência.

Mas vamos aos factos,o senhor Monteiro,conheci-o circunstancialmente nas lides da bola,homem mais habituado a pisar museus,a relacionar-se com seres que por amantes do silêncio,criaram brisas sonorizadas com letras e pensamentos,e que achados em tudo o que os rodeia,não deixam escapar momentos nem pessoas que os toquem,e que por tanto se cruzarem com ele,lhe confidenciavam o reflexo desse dom,traduzido em opiniões tão espontâneas quanto credibilizadas por si mesmo.
Em um tempo,onde alguém se terá lembrado e ensaiado no atrevimento de me colocar como cronista do Jornal a "Voz da Figueira",terá experimentado ecos que não eram de todo entristecidos,nem desvalorizados na opção,mas confesso,ganharam outra enfase,quando o bom do senhor Monteiro,me terá revelado que o distinto escritor e pintor figueirense Augusto Menano,fez alusão a uma crónica minha,como algo que gostou de ler,e a diferenciou na frontalidade das palavras,e profundidade de pensamentos.
Se ele gostou,eu ainda gostei mais,e dito por quem foi...
Só que vindo a revelação através do senhor Monteiro,ainda que sendo sério como é,mas boa pessoa como lhe reconheço,a modos que fiquei desconfiado que para me incentivar e ver feliz,terá moldado a história a meu favor,e se assim foi,pois que seja,prefiro ficar na dúvida,porque não há nada melhor para passar o tempo,do que um pouco de ilusão enganadora...

Mas antes,muito antes,também tentei escrever algo de útil para o Jornal "Linha do Oeste",sinceramente,já nem me lembro dos temas que fundamentaram os conteúdos,mas tenho ideia que só podiam versar resultados deparados na experiência da constatação apaixonada pela nossa terra,pela terra de quem a ama do fundo do coração,e não a troca por nada deste mundo.
Um dia alguém me disse,que o diretor responsável pelo Jornal queria falar comigo,o tempo passou, e garanto que esse alguém era o Dr.António Tavares,que ao tempo não conhecia,e hoje se revela no domínio da escrita,com atributos reconhecidos por seres sabedores,capazes de não se enganarem nas suas escolhas,e com isso catapultarem alguém que afinal de contas já trilhava um destino que era justificado e merecido.
Lembro-me como se fosse ontem,entrei galgando umas pequenas escadas num ale de entrada,e cortei logo na primeira sala à direita,onde o Dr.António Tavares me esperava calmo,sereno e observador da minha postura de momento.
De seguida,disse-me prontamente,sabe,estou a gostar do que escreve,e como escreve,e até acredito que me tenha escondido a luta de virgulas que alguém travava para me ajudar a ilustrar os meus pensamentos e emoções,mas como ele o referiu,encontrava nos contextos e apreciações motivos para se sentir satisfeito com a minha colaboração com aquele jornal irreverente e interventivo.
Claro que agradeci,e hoje faço voar esta pequena história,para um presente em que mais valorizada fica a sua opinião,e feliz me deixa,por não ter sido qualquer a um ajudar a semear uma convicção que não sei se será verdade,mas também não vejo motivos para que não o tenha sido. 


Jorge Lemos,o tal,que no "atrevimento" me deu oportunidade de ser feliz,escrevendo para a Voz da Figueira,de quem tenho um diploma do seu centenário,guardado religiosamente,pela honra de ter colaborado também com um órgão de comunicação social que me orgulha como Figueirense.
O Jorge,todos conhecem,porque é transparente,é amigo,é um ser humano de eleição,daqueles mesmo que vão escasseando para a reposição de valores que este mundo tanto precisa.
Sentia que eu era inteligente(dizia ele...),segundo uma conversa que consegui escutar,acreditou na minha sensibilidade inata para escrever sentindo,mas quanto ao resto,que era aquela coisa das vírgulas e dos pontos finais,ele ocultava,por que na redação também lá tinha muito boa gente para me ajudar a não fazer má figura.
Este,tenho a certeza certificava na sua consciência os motivos porque me colocou na sua equipa,e mesmo que tendo um coração enorme,não me mentiria,porque era,e é rigoroso e competente numa área onde pessoas como ele,calculo tenham dias muito atarefados,e sobretudo tensos a dizer chega.


O Pedro Cruz,jovem talentoso na área da fotografia,fui dar com ele em uma viagem de uma época para a Cova-Gala,enfim,saltando para a margem sul,continuava os meu sonho de bola debaixo dos braços,por lá o encontrei,e o comecei a admirar na forma como deixava rastos personalizados na captação da vida,enquanto caçador de momentos que pacientemente procurava em cantos insuspeitos a realidade minuciosa da descoberta.
Um dia,comecei a escrever focado nas suas fotos,e ele,disparou em jeito de advertência,que melhor mesmo era passar a assinar o que escrevia na net,pois ele achava que também eu ás vezes o surpreendia com as descrições,e mais,que ia muitas vezes ao encontro do que sentia antes de mim.
Será que o Pedro estava no gozo comigo?
Sei lá,ele é um bocado reinadio,e sabe esconder o rosto nesses atrevimentos,mas,quem sabe até não...


O senhor Aprígio,homem tão discutido na atualidade,por razões que me fazem sofrer por uma paixão clubística,diga-se em abono da verdade,que foi das pessoas que mais me respeitou na vida,e que na matéria que hoje aqui faço referencia,me convenceu mesmo,que "...as minhas palavras tinham algo de mais do que aquilo que mostravam aparentemente...",e isto definido por ele.
Lembro-me de muitas vezes ele se entusiasmar com o meu discursar,ora numa assembleia geral,ora num aniversário do clube,e até pedindo silêncio quando eu falava em conversa de amigos.
Pronto,ele nunca me disse nada sob este pressuposto talento,mas sempre sorria do que eu dizia,em semblantes puros,e que não enganavam para uma interpretação que tinha tudo menos a essência da chacota.
Lá que ele o sabia fazer com chicos espertos,lá isso é verdade,sendo mesmo nessa vertente um "verdadeiro artista",mas em relação ao meu bailar de letras e frases,a história era outra,e tinha a ver com a sua larga experiência de vida,e apuro observativo de um gandarês astuto e inteligente.
Ou será que este gandarês também me deu a volta,e me escolheu e me pintava as faces com cores múltiplas e bem desenhadas?

Entre tantos outros exemplos que ilustrava por aqui,como evidências de algo que ainda hoje não tenho de todo a certeza,finalizo com o desabafo sorridente do Dr.Ataíde,que numa festa organizada no Mercado da Figueira,se intrometeu numa conversa sobre o meu Blog,e com o Dr.Maurício,seu assessor,onde concretizou atributos que aflorávamos,rematando convicto com a seguinte conclusão:

Ó senhor Custódio,você é um verdadeiro Filósofo...

Esta deixou-me mesmo a pensar,..
Será que sou mesmo só isso?
Pronto,
sendo assim,
nem tudo é mau,
e por isso acho que acabei de fazer jus com um texto muito interessante sob esse ponto de vista...

E vocês,o que é que acham...