Não terás sido ao longo da vida o melhor "contador de moedas",não terás primado pelo rigor na sucessão dos tempos,ter-te-ás perdido em sonhos que te prometeram tanto,e não te deixaram tanto quanto isso,mas a vida também te deu o muito que ainda hoje faz refletir aquilo que desde sempre te fez brilhar como um ser humano que genuinamente marcou a sua diferença.
Correste à procura do tempo perdido debruçado na calçada da humildade,esforçaste-te com tudo o que sobrava pelo sorriso dos teus filhos,lutas-te lado a lado com quem te comprometeste a escrever as páginas para uma família feliz,e hoje,e apesar das vicissitudes de uma vida que não está fácil para ninguém,é na paz de cruzamentos felizes,que a tua alma se revela viva e bem viva,por espalhada em brilhos que nasceram contigo e cintilam nos teus.
O Nuno encanta na voz e nos sentimentos em um mesmo modo com que te vi em jovem encher com esse mesmo dom os cantos divinais da igreja de Buarcos ou da Matriz da Figueira da Foz,sensibiliza plateias,como naquela vez em que tanto te aplaudiram no Casino da Figueira,revela-se audaz e corajoso,como na garraiada em que foste o único que afrontaste o garraio,e mesmo que de forma imprudente o tenhas feito de pernas abertas,valeu o voo cambalhota para atestar a coragem,a irreverência e o atrevimento da Cátia.
Bom mesmo,é sentir-se que para além dos que simpatizam,e dos que até se apaixonaram por essas tuas "duas estrelas cintilantes",não haverá subtração de certo nas linhas marcantes com as quais as razões de sangue sempre tocam um sentido de vida que pertence a todos os que nela se envolvem,e não é exclusivo de nenhum mentor pontual.
Depois da visita que me fizeste,fiquei com vontade de voltar a escrever sobre ti,porquê não sei ao certo,mas de certo sei,aquilo que estou a sentir,e por isso aqui te deixo orgulhoso,um grande abraço meu irmão.
Até um dia destes...
Custódio Cruz