Pouco me importam os números,até porque este Naval 1º de Maio C (0) / União Desportiva da Tocha B (11),a contar para o Campeonato de Benjamins,foi "caçado" na passagem que tive pelo Campo de Treinos do Municipal José Bento Pessoa,onde procurei sem o saber,aclarar se por ali havia algum jogo para mais uma vez "matar o tempo" dos maus pensamentos,e divertir-me num retiro onde há sempre futebol,que completa quem lhe quer,e também alegra quem apenas o acompanha.
Os meninos da Tocha,mostraram muito do bom trabalho que atualmente se faz naquele clube gandarês,e sem aqui menosprezar quem quer que seja,desde já vos digo,que um dia alguém me disse,que a Gândara era considerada em termos zonais até aos limites do Rio Mondego,e por isso também nos toca a nós,figueirenses,que por vezes nos achamos protegidos nas palavras,por termos à nossa disposição um Rio,um Oceano e uma majestosa Serra,aos quais lhe delimitamos convenientemente o feudo que nos convenha.
Mas deixemo-nos de definir encantos que tanto se encontram por aqui,como muitos os há no curto interior da nossa região,e vamos isso sim,justificar o que nos impulsionou a saltar do carro,para umas bancadas imaginárias,entre uns pingos desagradáveis,e um desafio de sonhos que só não lhe toca quem não quer...
Voltar a contactar com estas categorias,é muito fácil para mim,e muito gratificante relembrar bons tempos que me cativavam no principal objetivo,que se constituía nas emoções que estas crianças tinham,desde que pisavam um balneário enquanto "camarim" das suas ilusões, para depois as concretizarem "no palco" dos tais sonhos,que nunca acabavam,e os faziam reagir no imprevisto da vida...
Neste jogo,voei em sorrisos doces com as preocupações de imagem que estas crianças já revelam nos seus penteados,assim como qualquer craque de momento,que lhes enche os olhos e a alma de pensamentos igualáveis.
Apreciei os cuidados no desportivismo que lhes são sugeridos para com os seus adversários,anotei a disciplina planeada que se lhes "expõem " na frente,como forma de conhecerem os bons valores,e uma postura competitiva capaz de os fazer perceber o quanto para se vencer,primeiro terá que se evoluir,e depois com a natureza dos seus méritos,eles também entendam,que esta se encarregará de certo,de lhes distribuir esses dividendos.
Duas equipas com realidades distintas,em idades onde a diferença de um ano ou dois,é mais que suficiente para desequilibrar confrontos diretos,e meter a nu,"o muito peso" que a maioria dos meninos da Naval têm para ganhar,e a sagacidade formativa que também têm para conquistar.
0-11,foi o resultado final,mas não se iludam os mais simplórios,que de um lado e do outro,não grassem talentos que um dia vão ter o seu espaço,e brilhar na frente de quem ama o Futebol.
Esta foi apenas a primeira investida que fiz num domínio onde o estádio emocional dos atletas é muito puro,verdadeiro,e sem subterfúgios de qualquer espécie,ainda que,por vezes recorram à imitação de um ídolo,e aí,então é que eu me passo,no sentido mais recompensante da opção que fiz em me abeirar deste mundo da bola aos saltos,em pés e mentes pequeninas,mas determinadas nos seus crescimentos.
Não deu para ver toda a primeira parte,por na surpresa não saber a hora do jogo,mas sobrou nas incidências,que aqui começo por em primeiro lugar,elogiar na condução do treinador do Tocha,que exigia com modos muito pedagógicos e tranquilos,numa sincronia de filosofia adaptada ao escalão dos seus pupilos,e com certeza à globalidade orientadora de Vasco Cavaleiro,supervisor de formação daquele clube.e que por acaso,e sem qualquer tipo de pretensão,foi meu jogador nas classes jovens da Naval.
Difícil mesmo,foi a missão do treinador da Naval,que não sei o nome,mas foi um excelente exemplo de como mesmo estando à frente de uma equipa mais jovem,e por isso a lidar com discrepâncias competitivas muito marcantes,soube exigir para fazer evoluir,e tolerar para ensinar,pegando num leme "mais frágil",mas nunca escondendo os sorrisos de satisfação,pelas conquistas paralelas,que cada um dos seus jogadores fazia,mesmo entre onze golos sofridos.
Pois bem,sem querer distinguir ninguém no campo,nas vicissitudes das suas qualidades comparáveis,prefiro deixar atuar o meu instinto,e registar aqui uma palavra ao Ruben(24),guarda-redes da Naval,que sofreu 11 golos,mas mostrou muita predisposição para o lugar que lhe orienta os sonhos,revelando-se mesmo astuto nas manchas,equilibrado nas saídas,apostado nas elevações,e focado nos posicionamentos.
Olha Ruben,está sempre atento ás orientações do Mister Marco Figueiredo,ou de outros que se te apresentem pela frente,porque eles sabem o que precisas,e eu persinto o que tens,para um dia mais tarde voltar a falar de ti.
Agora tu,seu puto,Tomás(5),ajudas-te e de que maneira a salvar-me a tarde,pois como cheguei só já no final da primeira parte,até me passei com aqueles desarmes no meio sobre os adversários,de forma convicta e bem posicionada,e isto vindo do teu "meio quilo de gente",que ainda por cima,à decisão errada do árbitro em não te conceder um lançamento que conquistas-te para a tua equipa,abriste os braços em sinal de protesto,mas educadamente,num inconformismo de quem mais tarde ou mais cedo,vai apontar mira às vitórias,e ser um enorme jogador de equipa.
Acredita em mim,Tomás.e um dia vais ver,que este registo vai ter a validade que mereces.
Para história ficou o resultado,é certo,mas muito mais se insinuou em dois clubes,que estão a concretizar belíssimos trabalhos de formação,e que no verde da esperança apostam para serem bem sucedidos.
Então,ATÉ JÁ....
Custcruz