Tranquilo,sereno,bom ouvinte,homem de silêncios calculados,um ser que veio de baixo e venceu pelos seus próprios meios,que conheceu todas as retóricas de vida,mas soube escolher as suas sem depreciar quem quer que fosse,soube tolerar excessos,soube viver com os contrassensos,interpretar sensibilidades,mas não alinhou no esquecimento das suas raízes,criou muitos amigos,mas que amanhã têm que se misturar,mesmo que uns sejam pobres e outros ricos.
O Senhor Agostinho da Padaria Dionizio,perdeu-se na correria da vida,partiu de forma abrupta para a viagem sem retorno,deixou uma comunidade em estado choque,porque assim sempre acontece quando um sábio deixa de aparecer para precipitar lições,que se escrevem com a experiencia,e no caso,se assinavam com o coração.
Equilíbrios,isso mesmo,equilíbrios humanos,que fizeram unir verdadeiros amigos,entre as labutas da sobrevivência,e a comunhão dos sentimentos,como num alerta para o bem que a vida tem,e que tanto hoje em dia se tende a esquecer...
O Pai do Jorge Humberto,deixa-nos "um livro" infindável de exemplos,com que o mundo dos mais desfavorecidos se pode instruir na procura de trilhos dignos e capazes,mas quem conhece os seus filhos,sabe que eles não são,nem irão ser diferentes do seu progenitor,e por isso,acredito que agora,o Senhor Agostinho,ainda que preocupado com os choques que se soltarão com a sua ausência física,espera e sabe como ninguém,o quanto naquilo que foi um enorme vencedor,jamais deixará de ter sequência pela coragem e perspicácia com que construiu a sua própria equipa,que muito longe de apenas isso,sempre se revelou uma grande família.
Força agora grande amigo JORGE HUMBERTO,entre o tanto que já tens do teu enorme PAI,acrescenta-lhe a convicção que ele sonhou,para a hora em que tu lhe tivesses que suceder...
Será Amanhã dia 13 de Abril,
pelas 10 horas e 30 minutos,
e na Igreja do Carriço,
que por perto teremos o Senhor Agostinho,
num ultimo adeus,
que de certo nunca chegará para apagar a memória de muito mais do que um bom ser humano.