Afinal a vida foi,é...e será sempre um desafio na sequência sólida de percorrer caminhos que se ajustem à reflexão equilibrada e tolerante, onde os projetos nunca acabem, e se definam cada vez mais naquilo que queremos ser, e não no que os outros querem que nós sejamos...
Perceber que refletir e concluir são atos que não podem estar confinados apenas ao reflexo daquilo que experimentamos sozinhos, ou obcecadamente vemos nos outros,caindo assim na tentação de criar verdades absolutas agarradas a pressupostos com falta de equilíbrio identificativo da nossa própria vontade...
Não podemos nem devemos querer para os outros aquilo que foram momentos nossos,e ajustados apenas e só para nós próprios...
Fazer crescer é educar e tentar ser amigo,é procurar limar com valores acrescentados os passos próprios de uma imaturidade pela qual quando jovens naturalmente passamos,e ou se está bem atento,ou então ficamos apenas por nossa conta,e isso pode ser muito perigoso...
Sinto sinceramente que os "meus" me olham com a admiração de quem foi livre de escolher o seu próprio caminho,com responsabilidade e dispensando cópias comportamentais,mas entendendo que a partir de uma "base experimentada" também podemos ramificar genuinamente o nosso próprio"eu"...
Só se vive uma vez,e tirar originalidade a um ser,é limitar as emoções que estavam reservadas para cada um,e isso eu penso que não é justo...

Custódio Cruz

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...
"...No dia em que me silenciarem a voz,não me apagarão os gestos,no dia em que me aniquilarem os gestos,nunca farão esquecer os meus sentimentos..." CustCruz

sábado, 22 de junho de 2013

O "segredo" foi nunca ter desligado do sonho de ser quem sou...


Puto,puto e mais puto,
desde sempre a ouvir o mesmo adjectivo,
mas quando fui para a Naval como treinador já tinha 20 anos !
Ok,com cara de 15,enfim...
De facto,
sinto que a minha vida tem sido feita sempre de diminuitivos,
por ser pequeno chamavam-me "baixinho",
por amizade apelavam-me de "pequenito",
por ser sincero,
de irreverente...
Bem,
mas isso ainda hoje...
Confesso,
que com tantas insistências adjectivantes,
"quase" ficava possesso...
Por exemplo nesta foto,
e lembro-me bem,
combinei com o Ruizito,o Paulito e outros meus "pupilos" para me acompanharem
 ao relvado do Bento Pessoa antes de um treino no pelado,
e tentarmos uma foto de antecipação a um golo que ainda não tinha acontecido...
Pois isso,
um fazia de fotógrafo,
e nós tentávamos no banco de suplentes protagonizar reacções a um golo imaginado.
Sim,
estão-se a rir-se de quê?
Onde é que está a graça?
Isso mesmo,
um golo que não estava a acontecer...
E depois?
Achava eu que,
era motivante e um belíssimo treino mental,
ou seja para exercitar a vontade de vencer,
mas não só...
Pois,
eu sei,
depois diziam que eu era maluco...
Azar deles,
pois nunca liguei ao que os outros diziam destes métodos empíricos,
e sabem que mais?
Deve-se ter agravado a situação,
é que hoje ainda ligo menos...
Bem,
 esta era só uma tentativa para testar reacções posteriores,
tentar saber até que ponto a mente poderia ser treinada fora da quatro linhas,
depois era só ficar quedo,
observar posturas e comunicações no treino que iríamos ter passado alguns minutos,
Assim,
  por exemplo como reflexo no empenhamento,
ou ainda na capacidade de se jogar para um só objectivo,
pois,
para se poder vencer como equipa.
Isso mesmo,
era mesmo isso que procurava com estes "atrevimentos excêntricos" para a época...
Admirava ao tempo,
 Joaquim Meirim,
e identificava-me muito com ele...
Ele e eu,
 sabíamos que era na mente que estava o segredo...
Sei lá,
o que sei é que tinha resultados de forte  atitude colectiva,
e mais qualquer coisa nesse campo psicológico...
Na foto parece que estamos mesmo a delirar não é?
Que grandes artistas eram os meus jogadores,
e depois comigo ao leme que tinha a mania que era mestre...
Quer dizer,
tentava ser...
Sou muito humilde não sou?
Olhem,
querem que vos diga a minha opinião sincera?
É que sou mesmo,
e não mudei nada...
Bem,
estou para aqui a pensar,
serei mesmo um puto até morrer,
um anormal até acordar,
ou por demais inteligente sem remissão desse pecado?
É que nem eu sei bem explicar,
"olhem" mais uma vez,
enquanto deixo cada um a decidir a sua própria opinião sobre este interessantíssimo desabafo confidência,
vou fazer caldo verde para o jantar,
disseram-me para lhe colocar cenoura,
mas com cenoura o caldo verde continuará a ser verde?
Ná,
eu acho que não,
e como cada um é como é,
eu sou como sou,
e não devo ser "puto" por não fazer o que os outros querem que se faça...

Custódio Cruz