Quando o futebol se liberta dos condicionalismos extra jogo,flui puro na essência que o criou,e se quem o dirige não se deixa perder em tentações ou equívocos emocionais,mais engradece a verdade que se deseja,por um espetáculo que assegure naturalmente uma história que não seja a da divagação gratuita,da desonestidade intelectual,ou de palhaçadas mais vocacionadas para espaços redondos,do que os tão almejados para os retângulos de sonho.
E se hoje me sinto motivado em começar pelo fim,direi sem rodeios e de forma convicta,que razão tinha Rui Vitória,quanto na antevisão deste confronto,credibilizava Artur Soares Dias, "...como um árbitro à altura do jogo...",e por aí,terá o treinador do Benfica acertado em cheio...
Nestes primeiros 45 minutos,foram os vermelhos que comandaram,revelando índices tão elevados de confiança quanto justificados numa sincronia entre setores,aos quais não faltaram seguros entendimentos defensivos,que manietavam de todo uma vontade desapoiada de Corona,Aboubakar ou Brahimi,que por ali perdidos corriam sem destino.
Complementando o acerto,exerciam a pressão da recuperação de bola em zonas de construção azul e branca,usufruindo da conquista de espaços cruciais para o ataque à baliza de Casillas,e onde as falhas de marcação eram proporcionais à intranquilidade que acabou por originar o mais que adivinhado golo,concretizado por Mitroglou aos 18 minutos.
Até final do primeiro tempo,chegaram as oportunidades para os encarnados solidificarem os seus intentos,mas por alguma aselhice,e muito mérito de Casilhas,se alimentou a surpresa protagonizada por Herrera,que numa descida espiritualizada numa só atitude,fez brilhar com um belo remate,o golo que haveria de gelar o "Inferno da Luz".
Para a segunda parte deste prélio,a maior questão que se colocava era o de tentar perceber o quanto aquele golo Portista faria ou não "voar os dragões" para uma atitude mais consentânea com um estatuto que lhe é exigível,e assim materializar em campo,a afirmação dos seus objetivos para a validade da época em curso.
Verdade seja dita,que de facto os nortenhos dobraram a "esquina do jogo"com uma nova postura,afirmando agora,e mesmo durante toda a segunda parte,um impeto ofensivo articulado em melhores apoios,mais velocidade,e sobejando em uma motivante eficácia,que haveria de proporcionar a Aboubakar o golo de uma vantagem que durou até final.
No entanto,menos verdade não será,que o José Peseiro,não pode deixar de refletir na desproporcionalidade de atitude da sua equipa entre a primeira e a segunda parte,tanto quanto Rui Vitória,embora se "possa queixar"de algum desacerto na concretização dos seus dianteiros,ainda assim,também não se poderá furtar à quebra anímica que tanto ajudou os portistas a chegar ao céu.
Por agora,já se murmuram as preces para que Jesus não dance no "bailinho da Madeira",mas como o andar das carruagens deste campeonato se revelam tão titubeantes,o melhor mesmo é esperar para ver qual dos três grandes do Futebol luso tem o melhor mestre da Bola....de Cristal,e isto nem que seja só por uma semanita...