"Casualidades",
pressupõem-se serem poucas...
Poucas por isso mesmo,
por serem casualidades...
Um pequeno baú daria decerto para as guardar,
até porque é o "excesso" que sempre nos enrola na ficção...
E aí a ilusão ganha corpo,
alimentando-se das desconfianças...
dos feitios...
das dúvidas...
dos cansaços...
dos desgastes...
da libertinagem ou escravidão da mente...
São como olhares repetidos ou instintos fixos com pouca predisposição para aceitar o óbvio...
Mas nem sempre o tempo só passa,
e a verdade absoluta confirma a sua inexistência nos cruzamentos do mundo...
Repetem-se os resultados que nunca se terão descodificado na verdadeira essência do ser,
e a ficção deixa de ter sentido e é colocada em causa...
As conclusões acontecem agora mais certificadas na razão directa com que se distanciam de tudo aquilo que é ilusório...
É como "pequenos fragmentos que se encaixam" e passam a "engordar" uma realidade
que fica demasiadamente condicionada e explode na clarificação de sorrisos tão brilhantes quanto doentios...
Cai um silêncio nascido do constrangimento
e morre o branqueamento artificial...
Como que num último desespero de notórias inseguranças
soltam-se gargalhadas estridentes mas ocas de seguementos que as consolidem...
Entre tanta loucura e mentira escasseiam as respostas certas
e sobram apenas os efeitos nocivos...
O mundo acorda com estrondo
e vira-se o feitiço contra o feiticeiro...
Custódio Cruz