Afinal a vida foi,é...e será sempre um desafio na sequência sólida de percorrer caminhos que se ajustem à reflexão equilibrada e tolerante, onde os projetos nunca acabem, e se definam cada vez mais naquilo que queremos ser, e não no que os outros querem que nós sejamos...
Perceber que refletir e concluir são atos que não podem estar confinados apenas ao reflexo daquilo que experimentamos sozinhos, ou obcecadamente vemos nos outros,caindo assim na tentação de criar verdades absolutas agarradas a pressupostos com falta de equilíbrio identificativo da nossa própria vontade...
Não podemos nem devemos querer para os outros aquilo que foram momentos nossos,e ajustados apenas e só para nós próprios...
Fazer crescer é educar e tentar ser amigo,é procurar limar com valores acrescentados os passos próprios de uma imaturidade pela qual quando jovens naturalmente passamos,e ou se está bem atento,ou então ficamos apenas por nossa conta,e isso pode ser muito perigoso...
Sinto sinceramente que os "meus" me olham com a admiração de quem foi livre de escolher o seu próprio caminho,com responsabilidade e dispensando cópias comportamentais,mas entendendo que a partir de uma "base experimentada" também podemos ramificar genuinamente o nosso próprio"eu"...
Só se vive uma vez,e tirar originalidade a um ser,é limitar as emoções que estavam reservadas para cada um,e isso eu penso que não é justo...

Custódio Cruz

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...
"...No dia em que me silenciarem a voz,não me apagarão os gestos,no dia em que me aniquilarem os gestos,nunca farão esquecer os meus sentimentos..." CustCruz

terça-feira, 30 de abril de 2013

Mercado da Figueira...e uma "viagem" com regresso previsto para breve...

Foto Sérgio Vieira

Entre 2008 e 2013,tive o ensejo,o dever e a obrigação de enfrentar a fase mais terrível da minha vida em nome de princípios e de causas que confesso me consumiram a alma,pelo meio com a morte dos meus pais com quem vivi desde sempre, sei que não virei a cara à luta em defesa do meu posto de trabalho e daquele Mercado que entendo como uma "pérola do povo" desde que o conheço,
Em momentos de uma crise tão difícil como a que nos atinge,privilegiei a projecção de uma solução segura em prol de todos aqueles que vivem daquele espaço tradicional da Figueira da Foz,conhecendo assim e desta feita, faces de realidades humanas e sociais das quais só ouvia falar,ou então também das quais há muito estava desligado, pensando no entanto não terem mudado tão significativamente, e ao ponto do "meu arrepio" me obrigar a crescer e amadurecer rapidamente nos meios e modos opcionais para enfrentar esta enorme "onda" de caractrísticas fieis a um sistema instalado,e renitente em recuos de natureza humanista, ou melhor, de consensualidade adequada às circunstancias de momento.
Usando, e se calhar abusando na utilização de uma imagem captada por um artista na arte de fotografar,que se por acaso o encontrar na rua corre o risco de não ser cumprimentado por não o conhecer praticamente de lado nenhum,vejo retratado um estado físico de uma ocorrência pontual de um tal dia 19 de um qualquer mês,e onde parecia que tudo poderia ter ido pelos ares,assolando-me ainda a mente de forma paralela e em uma outra retratação traumatizante,as dificuldades efectivas e tempestuosas que se teve de enfrentar para traçar um rumo que nos possa trazer de novo ao nosso mercado muito em breve.
Sempre incómodo como sou,desconfiado quanto baste,acredito que o penúltimo capítulo de um livro que há muito se escreve sobre o Mercado Engenheiro Silva da Figueira da Foz,vai ainda assim ter um desidrato muito mais feliz do que o projectado por muitos,que anteviam prognósticos mesmo só lá para o final,e aos quais sempre ripostei de forma simples que depois veríamos.
Enquanto a "nau" onde também tresandam badalhocos não atraca no Rio Mondego,ainda que tudo indique que esteja para breve esse momento festivo,não se apoquentem com a curiosidade de experimentar a ânsia de saber sobre o tal ultimo capítulo a que me refiro,porque a naturalidade das ocorrências posteriores, será providencial no esclarecimento que a partir dali se começará a desenhar como um futuro que até quem sabe pode ter um sorriso agradável.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Filosofando em volta da descida dos Juniores da Naval...


Quando um clube não tem uma filosofia consistente, os alicerces desmoronam-se com as maiores das naturalidades,não basta ter dinheiro ou deixar de o ter para só por si justificar o êxito ou o enêxito ,porque em qualquer uma das realidades doce e amarga,muito pior é desligar-mo-nos da história de um clube com provas dadas,e que também na formação fez desta atitude o seu maior erro,e que assim mais facilmente encaminhou os Iniciados,os Juvenis e agora os Juniores para o Distrital.
Quem me conhece sabe muito bem que também gosto de meias palavras,mas sobretudo daquelas que façam pensar,pois viver-se acima das possibilidades motivou os grandes cometimentos,o pior mesmo foi o masoquismo da projecção de uma outra face que fizesse notabilizar esse estado de graça.
Culpabilizar ou crucificar agora os novos directores,treinadores,jogadores,seccionistas,pais de jogadores ou quem quer que seja,é uma enorme estupidez,e mais do que isso uma infantilidade só própria dos promotores ou da parte mais ignorante que sempre vagueou e vagueia no futebol.
Olhem para o passado recente,e reparem como certas figurinhas "deram à sola" do clube "em tempo certo",jogaram com tudo aquilo que nunca ninguém teve para trabalhar em 120 anos de história,e depois que nem "parentes da desgraça"esperaram pacientemente o desidrato que lhes alimenta as suas fraquezas humanas.
Olhem,e sabem que mais,esta conversa não tem nada a ver com jogadores ou treinadores do tal passado recente,mas sim com filósofos vindos da construção civil que sonharam construir castelos que tivessem "guerreiros" para brilhar na primeira linha,mas na verdade,longe vão os tempos em que tal acontecia,e nessa altura era o engenho da criatividade que fazia milagres.
E que tal voltarem aos tempos antigos ?
E olhem que não me estou a oferecer,só estou mesmo a filosofar...

sábado, 27 de abril de 2013

Bom fim de semana...

Foto Sérgio Vieira

Também por entre sombras escuras vagueia a nossa alma,
aconchegando-se em cantos de notas soltas e sopros leves,
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             Custódio Cruz


Pois é,
a avaliar pelo começo seria mais um amontoado de letras sem sentimentos,nem engenho, e nem mesmo arte...
Por isso,
ficamos por aqui...
Um bom fim de semana então...

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Isaltino Morais detido - TSF


E para além dos demais,confirmam-se as minhas expectativas,faz-se uma espécie de justiça para notáveis, tentando a credibilização de um sistema político completamente hipotecado pela desonestidade de uns tantos outros, que assim ficam a salvo de uma exposição que confirme aquilo que eles não querem que se manifeste como regra...


Isaltino Morais detido - TSF

terça-feira, 23 de abril de 2013

Estado de alma...



Altos e baixos,baixos e altos,
nada me importa e tudo me assola a mente,
caio no silêncio dos injustiçados,
mesmo com dor na alma sei que sou gente...
Foi bom porque era,
 e nunca o deixou de ser,
sonhei,amei,sofri,venci,odiei e perdi,
mesmo prostrado no solo de ti nunca me esqueci...
Ao dinheiro não liguei,
para o emprego não estudei,
a paixão abracei sem me perguntar para onde irei...
Hoje por aqui estou quase só,
mas acompanhado das emoções que são tão minhas quanto dos outros,
feitas de sonhos puros e limpos,
tão limpos que nunca mais perderam o brilho,
o brilho dos inocentes,
que são aqueles que se recusam a crescer no mal do mundo...
Futebol de bola redonda,
de pelado aspro e relvado cheiroso,
de chuva fria e sol avassalador,
de paixão doce e feito só de amor...
Porque te quero e te amo muito,
nunca mais te vou esquecer,
altos e baixos,baixos e altos,
cada vez que de ti me lembro,
me ergues de novo 
e fazes voar para outro pensamento...

Custódio Cruz


sábado, 20 de abril de 2013

Hoje é Sábado,e amanhã é Domingo...


Cada um sente o que sente,
chega aqui como chegou,
desfruta do sol consoante a alma se pronuncia,
olha para o fim de umas quantas jornadas 
e coloca mais um ponto final numa pequena parcela da vida...
Nada de alarmes,
importante mesmo é cada um de nós não se sentir velho sem ter idade para isso,
e se assim for,
 conviver na "idade das pausas" sendo feliz e a voar nem que seja nas memórias que adocicaram o tempo que já lá vai...
Olhe à sua volta,
e veja como a natureza do mundo que nos viu nascer
 nos continua a abraçar e beijar com a ternura e brilho daquele primeiro dia.
Sorria,
e não se perca nos lamentos,
solte a audácia de sempre
e faça voar os seus sonhos na procura de outros contentamentos.

"...Um bom fim de semana para quem me quiser acompanhar..."


Custódio Cruz

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Ó esperto...tu não passas de um BURRO...

Imagine-se a um ser humano poder dar azo aos seus sentimentos em tudo no que faz na vida,imagine-se poder-se dizer não quando se impõe essa atitude,ou dizer sim quando nos apetece e assim se possa justificar a nossa liberdade de expressão,e mais do que isso, ter a primazia sublime de ser livre na verdadeira acepção da palavra,de modo pleno e descomprometido.
A vida está difícil,e cada vez mais a ditadura dos egoístas,dos cínicos,dos prepotentes da nossa sociedade se quer impor para continuar a reinar,para continuar a sorrir de quem se atreve a acreditar num caminho genuíno e capaz de debater e construir em consonância,de tolerar,e até de escolher uma razão que  também ainda assim não fira os outros,ou nem sequer interfira com os demais.
Estou revoltado mais uma vez com a vida,vejo no meio em que habito diariamente colegas por demais "desesperados",e por isso a enveredarem pela escolha de uma salvaguarda hipotéticamente providencial e atraiçoando meio mundo para sobreviver,vejo jornalistas manipulados pela tristeza de terem de reportar à condição porque têm famílias para sustentar e ganham ordenados de miséria,vejo advogados negar a torto e a direito a defesa de certas obrigações profissionais porque têm filhos lá em casa,vejo políticos concretizarem actos ilícitos porque a cartilha assim o exige,e até garante uma justiça que tem "sido certa" num teor justificativo muito discutível,e mesmo provocadora de um estado social instável,e onde as regras da igualdade de direito e deveres do cidadão estão camufladas na mentira da subjectividade teórica de profissionais de justiça habilidosos com as palavras,mas maqueavélicos nas intenções.
Ao meu País voltou "o medo" de agir nas plenas faculdades que a vida nos oferece à nascença,no meu País prevalece de novo a mentira sobre a verdade,e curiosamente,só "na arte dos movimentos sentidos" os patetas se distraem,e aplaudem aquilo que negam nos passos diários da convivência humana.
Ó esperto,tu não passas de um burro !

Custódio Cruz


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Andreia Cruz,filha de Custódio Cruz na recta final...

Os filhos quando nascem baloiçam no tempo com a ajuda dos nossos braços,diferenciam as emoções com os afectos e carinhos que nascem de dentro de nós,avançam na vida impelidos pelo olfacto a um aroma único de quem os ama sem restrições.
Há medida que crescem,seguram-se convictamente nos apoios de que necessitam,acreditam no bater do nosso coração como um ritmo de vida que também lhes pertence,não dispensam a nossa sombra,nem o sol do nossa presença.
O tempo passa, e não é preciso que tudo mude,apenas se quer que aconteça a concretização de uma faceta de vida que só pode agora nascer com o sonho do caminhar com convicções genuínas,e que um dia estas mesmas marquem as suas próprias diferenças.
Galgaste a pirâmide das letras e das ideias com a garra e a subtileza de meios da tua avó,sorriste para as dificuldades dos desafios com a convicção e teimosia do teu avô,ambicionaste ainda assim e acima de tudo à tua maneira,mesmo que aceitando o desígnio de me fazeres sorrir naquilo que eu nunca consegui.
Pensava substituir estas palavras sintetizando o orgulho que sinto por ti,sei lá,talvez por um beijo,mas não és beijoqueira...
Não encher esta fita de palavras, mas desenhando apenas um sorriso,mas aí eu iria achar muito pouco,e tu irias de certo estranhar...
Assim,nem te digo que te amo,nem te digo que te adoro,nem que te admiro,ou que me orgulhas de lágrima caída,apenas e só te sugiro que penses tu no que sinto por ti...

Custódio Cruz

Parabéns Dr ª Andreia Cruz.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Aprígio Santos,herói ou coveiro ?



Tenho andado a conter-me em apreciações sobre a Naval,que ainda hoje sendo a minha principal paixão desportiva,me preenche as curiosidades de vida que à sua volta lhe possam determinar um futuro com um destino negro ou quem sabe ainda brilhante.
Indiscutívelmente,tudo o que vier a acontecer com a  quarta colectividade mais antiga de Portugal,tem uma chancela personalizada numa só pessoa,e essa pessoa chama-se Aprígio Santos.
O meu relacionamento com este senhor,nunca mais se apagará da minha memória,e nem mesmo da minha história  existencial.De mim, ele teve alguém que nunca o traiu,que acreditou nas suas filosofias,que o ouvia com atenção,mas que também não lhe mandava dizer nada por portas travessas,era na cara que o fazia quando discordava,aliás como sempre o fiz,o faço, e o farei sempre seja com quem quer que seja.
Sem me alongar em tantos episódios que por lá vivi,e isto já tantos anos depois de me ter afastado do clube,recordo-lhe um daqueles que até "meteram nojo",e muito pelo défice de hipocrisia de que faço uso quando quero e bem me apetece,quando numa Assembleia Geral,e já preocupado com a falta de desenvolvimentos sustentáveis na evolução estrutural do clube,me levantei, e erguendo gestos e palavras com ligação suficiente, o tentei sensibilizar ou quiçá até motivar para evitar a premunição de que um dia,das duas uma,ou seria lembrado neste clube centenário com uma enorme honra e glória,ou então,sem nem uma...nem outra.
Lembro-me do seu sorriso despreocupado,interpretei-o como um sinal de que a minha surpreendente "afronta de circunstância" só tinha servido para divertir a plateia,que por acaso ao tempo até era bem preenchida,e que sem aplaudir efusivamente,quem sabe se por constrangimentos antagónicas à minha forma de estar,baixaram a cabeça para as costas das cadeiras e abanaram o "S" de alto a baixo.
O tempo passou,e hoje não resisto a perguntar-lhe se ainda vai a tempo de contrariar os meus piores receios,que pelo andar da carruagem à beira estão de escrever uma última página carregada de amarguras e suplícios, que o transformarão a si próprio,e como lhe tinha dito na altura,no verdadeiro coveiro da Associação Naval 1º de Maio da Figueira da Foz.
Olhe,não escrevo este texto porque de alguma forma lhe queira mal,mesmo que muitos mo tenham feito e se tenham "escondido em máscaras" mais ou menos bem urdidas,e bem que saiba que o nível de alguns é um,mas tenho eu a certeza que o meu é outro,e até reconhecendo que também aprendi consigo,e por isso por exemplo ainda hoje volta e volta e meia, olho para as minhas calças e me certifico "se ainda são as mesmas do ano passado",e olhe,sabe que mais,cá me vou aguentando ainda que reconheça que se tivesse sido mais "esperto do que inteligente",o Génaro,o Rui Mendes,o Hugo Almeida e outros, podiam ter sido argumentos suficientemente fortes para me auto-valorizar,e assim quem sabe preencher melhor a minha conta bancária, e então comprar dois ou três pares de calças todos os anos.
Do coração desejo,que nada do que se afigura de mau para a Naval venha a concretizar-se,que em relação a si,consiga ter muita saúde,sorte e engenho para dar a volta a toda esta situação,que tudo corra bem, e este texto seja esquecido,regressando a paz à Naval de todos aqueles que lhe querem bem.

Custódio Cruz

segunda-feira, 15 de abril de 2013

É, chegou a hora de abrir os olhos,olharmos à nossa volta,e refletir mais...antes de se andar em frente sem saber para onde nos leva o destino...




Opinião com LUÍS CASTRO

Há pouca tolerância a textos bajoujos, mas alguém tem de os escrever.
Há textos que caem em nós, outros nos quais caímos.
Não seriam nove horas. Era noite. Dava passos para casa, quando esta já estava na cabeça. Nada corre mal no caminho de casa. Quando a casa é cheia, quando se vem de trabalho realizado e quando, ao menos, naquela vemos bondade. Nada pode correr mal no caminho de casa. E não correu. A desgraça e falta de dignidade não se deram ali.
Só desviámos o olhar. Ambos o pusemos no chão. Ele estava numa fila, um pouco afastado, à espera do jantar e eu passei nesse momento. Conhecemo-nos. Ele fez que não baixando os olhos e eu compreendi.
Já teve vida que aos outros parecia boa, tinha trabalho, família, saúde e dava sobras de esperança. E agora estava ali, levando-as.
Eu fiz o resto do caminho de casa num espírito diferente.
Sim, são precisas reformas estruturais (embora não haja sequer consenso sobre o seu significado e por onde começar), sim, o mundo mudou e sim, dá-se o primado da economia e da engenharia financeira sobre a política. Mas, que nos interessa mais agora do que criar emprego e devolver a dignidade às pessoas? O resto é conversa. E isto tem de se dizer, pelo que os esforços e o tempo, têm de estar aqui centrados. E a acção tem de ser rápida.
O pulsar perante uma Europa em tudo desunida, a suposta credibilidade externa – de onde se julga estar a sobrevivência -, é um delírio a (e de) longo prazo. O desemprego e a falta de dignidade nunca são inevitáveis, mesmo quando, circunstancial e historicamente, o são (ponto).
Um dia, Agostinho da Silva, que falava como quem se queria libertar do demónio da sabedoria, uma coisa que não era sua, mas para dar a outros, quando Victor Mendanha lhe julgava perguntar sobre como resolver as dívidas dos países, respondeu: “Por política, por pensamento político? Não creio muito nisso, sabe? A situação é tão complicada coma a textura da Terra, com as suas placas tectónicas que, de vez em quando, chocam umas com as outras, provocando um terramoto.
Então, poderíamos censurar o mundo dos engenheiros por não terem encontrado, ainda, as máquinas suficientes para evitar os terramotos, não deixando chocar umas placas com as outras.
Não fazemos essa censura por pensar tratar-se de uma atitude idiota, no entanto continuamos a censurar os políticos porque eles não arranjam as máquinas necessárias para evitar os terramotos políticos.
Os actuais problemas do mundo são de tal ordem que excedem toda a capacidade humana de os pensar.
Não sabemos por exemplo como iremos resolver o problema de manter vivos os desempregados já que serão cada vez mais por uma razão muito simples: eles não são desempregados, o que desapareceu no mundo foi o emprego.
Não poderei dizer não estar o meu casaco pendurado se não houver cabides, sucedendo a mesma coisa com o desemprego: se não existe emprego como pode o desgraçado estar desempregado?”.
Como ainda faz sentido esta visão! E como é importante ter em mente que pensar a pergunta e entender a pergunta é metade da resposta. E como é importante a filosofia na escola, tal como o são, em igual medida, as contas e a matemática nas vidas de todos e dos países.
Victor Mendanha é capaz de ter percebido e lembrado, ao contrário de nós, que, nessas conversas, Agostinho apontou o início da solução:
“Então, a primeira ideia que Camões coloca aos portugueses que pensarem construir o tal Céu na terra é que não se atrapalhem a fazer muitos planos porque, quem sabe, por vezes os planos – se os marinheiros os tivessem – não iriam atrapalhar os planos da Deusa.
É ela que anda com a ilha de um lado para o outro, até ver o momento certo de a colocar diante das proas dos navios, de tal maneira que os marinheiros desembarquem.
Então existe um ponto importante, que é o seguinte: nenhum navio teria chegado ali se os marinheiros não tivessem cuidado dos navios todos os dias, baldeado o convés, remendado as velas, tratado do cavername.
Não devemos fazer planos para aquilo que queremos alcançar, atrapalhando com eles a vida, mas devemos manter os nossos navios inteiramente em ordem, em perfeita ordem, para que eles cheguem lá…E além disso, possuir as forças internas de tal maneira dispostas que não fiquemos hesitantes diante das ilhas, não sabendo se desembarcamos se não desembarcamos.”
Quase parece que Agostinho não diz nada, quando diz tudo.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Bom fim de semana...





Photo: Alex Frings

Se fosse mais novo acho que ainda entrava numa de surf,espectáculo este desafio de coragem com a força das ondas,do equilíbrio físico com a perspicácia mental,da arte num palco tão imprevisível quanto apetecível,da astúcia de amar a natureza até aos limites que se puderem tocar.Só já percebo um pouco de nada,de um nada que ainda assim me consegue emocionar com aquilo que não conheço por nunca o ousar desafiar.

Meu Deus,e o mar aqui tão perto...


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Ainda o drama,a luz e o sonho de ontem à tarde...


Três realidades de vida em uma só imagem...


Ao fundo um Lar de idosos,como que numa recta final onde vale tudo de bom por uma dignidade de vida com tantas histórias para contar e um último folhear por concretizar...
No entremeio,um peladão de ilusões onde rebentos ignoram dramas e se deliciam ao pontapé na redondinha como que voando em asas do sonho...
À beira mar,areias movediças que também compõem um cenário de dor e morte prematura...
A vida tal como ela é,
com princípio,meio e fim,
mas sempre imprevisível no capítulo final...


Custódio Cruz

Foto de Mané Amaro

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Duas vidas ceifadas pela falsidade encantada do nosso mar...

Foto de Mané Amaro
Dois mortos em naufragio
Algo de muito anormal se passava,
ambulâncias aceleravam em marcha frenética e em sirenes estridentes,
do lado de cá,
antevia-se que nada de bom viesse do lado de lá...
As pessoas mostravam-se expectantes,
os olhos fixavam-se primeiro na ponte da figueira,
depois na zona do hospital,
 e finalmente num reboliço aflito do lado de lá do rio,
com o palco da desgraça  focado no arrasto de  ondas impiedosas,
e que pouca vontade revelavam em devolver as vítimas de uma face que o encanto do nosso mar também esconde,
e que quando sente oportunidade as projecta sem dó nem piedade para com quem o desafia na sua imponência orgulhosa.
Assim ceifou duas vidas humanas,
agora saciado na sua vontade macabra,
estende o manto de malhas que ele próprio tece,
esperando outros atrevimentos menos prudentes,
atitudes ainda mais audazes, 
e incoerências menos pensadas,
quanto capazes assim de arrastar inocentes que por obrigação sucumbem em defesa do seu sustento.
RIP
CUSTÓDIO CRUZ

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Pois...a esta não podia faltar


Não gorou as minhas expectativas esta tertúlia do ciclo de Conversas da Bijou  ,e onde estaria como esteve presente o Dr.João Damasceno,actual presidente da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz e director geral da concessionária<Águas da Figueira>.
Sendo esta prestigiada Associação figueirense parceira interventiva nas obras de remodelação do Mercado Engenheiro Silva da Figueira da Foz, tinha eu alguns objectivos em vista que podiam clarificar um entendimento mais rigoroso sobre a personalidade convidada e as realidades possíveis de acção deste organismo no futuro da "Sala de Visitas da Figueira da Foz".
Só estando próximo "do ser" o posso tentar caractrizar,tentar conhecer,procurar identificar enquanto tipo de "pedra de cariz humano" que poderá encaixar ou não num "puzzle"que sirva o Mercado e a Figueira da Foz.
Antes de relatar as incidências deste encontro,agradou-me voltar passados muitos anos a um espaço que bem conheço,constatar uma sala repleta de distintos figueirenses e interessados nos temas propostos,e tudo conduzido de forma extremamente profissional por jornalistas do melhor da nossa praça,quer humanamente,quer profissionalmente.
Digo-vos,e quem me conhece sabe,que quando vou para eventos desta natureza o faço sempre de forma educada e objectivamente construtiva,não alinho em hipocrisias de circunstância,e faço uso sempre da "arma"que um dia morrerá comigo,dizendo também sempre frontalmente o que bem entender e a quem quer que seja,obviamente numa base e como já o referi, de valores herdados de gente de bem e habituada "pagar as contas" a tempo e horas.
Sobre o Dr.João Damasceno fiquei clarificado enquanto pessoa perfeitamente enquadrada numa estratégia que não fugiu ao meu "campo das hipóteses",necessitando ainda assim e nesta oportunidade, de com alguma insistência tentar tirar dúvidas a gestos e explicações que pretendi fossem o mais esclarecedoras possíveis,no intuito de saciar os anseios que por vezes me atormentam o espírito.
Surpresa mesmo surpresa foi a presença do Eng.Albuquerque(embora aceitável),que ostentando a "divisa" de chefe do urbanismo camarário,para além de ouvir,ainda teve até a oportunidade de intervir e revelar o quanto está naturalmente bem coordenado com o Presidente da ACIFF,e só tive mesmo pena que se tivesse retirado momentos antes de um final de"tertúlia", o que de certo não seria tempo mal perdido e lhe daria um enriquecimento acrescentado à parte a que presenciou.
Já Ana Machado,sempre simpática e afável,mostrou alguma história na bagagem,deixando escapar uma ou outra verdade inoportuna(ou não),que animou as hostes.
O senhor Ferraz foi igual a si próprio,sério e honesto,fez perguntas de toda a pertinência para quem não entendia à primeira alguns aspectos técnicos concretizados à vista de todos, e isto com com o saneamento do Mercado da Figueira.
Interveio uma outra senhora que não conheço,mas com uma enorme elevação deu um parecer sobre o estacionamento pago,e do qual discordei completamente,concretizando esta como objectivo de opinião de que este deveria ser gratuíto na cidade,e ao qual eu contrapus claramente dando o exemplo do Mercado,onde principalmente no verão os banhistas colocavam ali os seus carros todo o dia, e só à noite os retiravam(isto quando não ficavam por lá semanas a fio).
Com esta troca de galhardetes construtivos,acabámos por saber pelo Dr.João Damasceno que o parque de estacionamento construído nas obras de requalificação do forte de Santa Catarina não teria de futuro lugar a pagamento,o que agradou aos presentes.


Senhor Carronda é o da esquerda...

Para o final deixo a presença do senhor João Carronda,presidente da Junta de Freguesia de Vila Verde,e figura conhecida afecta ao Partido Socialista,contra os quais nada me move,a não ser agora e pela postura pretenciosa e muito pouco esclarecedora deste senhor,que desatou para ali a elogiar a ACIFF,e contra isso nada,mas no meu entendimento com um lustro que me pareceu artificializado, para depois atacar alguém(que me explicou no final não ser eu),que  perseguia famílias,que afirmara coisas desconexas relativamente ao Mercado da Figueira,e tentando este sobressair de uma contenda que o pudesse fazer elevar ao menos como  vencedor de uma tertúlia,pois que o ultimo desafio a que se propôs saiu claramente derrotado no seio do seu próprio meio político.
Quiçá,por recalcamentos de falta de afirmação que poderia ali ser compensada com o amesquinhamento de quem saiu depois,mas ainda muito a tempo de antes impressionar com verdades puras e simples do costume,sorrindo ao bom sorrir de forma ampla e até casa,durante a concretização deste texto,e ainda antes de dormir de consciência perfeitamente tranquila.
Senhor João Carronda,até tinha outra imagem do meu caro,mas já desconfiava da sua desorientação política e humana,e para isso cá tenho as minhas razões,e quer saber mais?
Nem mais conversa lhe dou...
Não vi as outras CONVERSAS DA BIJOU ,mas espero que tenham sido tão produtivas e construtivas quanto esta,e se possível na companhia do senhor procurador que com o seu habitual sentido irónico completa a preceito e sempre,a imagem de eventos que seguramente o divertem à brava...
E por hoje por aqui fico,pois amanhã tenho que me levantar cedo para ver se na Caixa Geral de Depósitos me concedem um empréstimo para ir uns tempos para Paris tirar um Mestrado de Filosofia,e quem sabe depois volte à Figueira para me bater com a fina flor política da nossa santa terrinha.
Bons sonhos !
Quanto ao resto,digo e repito,desprezo é o melhor caminho...
Durmam bem...

segunda-feira, 1 de abril de 2013

O espelho e a alma...

Foto de Sérgio Vieira

Tu não mentes,
e ela também não se esconde...
A alma vagueia, 
e por isso nem sempre permanece no "castelo"...
Tanto se perde como se encontra por aí,
tentando perceber a existência do ser e do não ser,
espalha-se por vezes na ilusão de uma imagem que não é a sua,
e até calca caminhos que não deveriam ser os seus...
Chega no entanto a um ponto,
e pára,
olha vidrada na realidade e estremece ainda que inconformada ...
Afinal,
o mundo "é redondo",
 e por isso também a qualquer um pode acontecer...
É confrontada com as verdades da face
e esquece-se das margens da mentira,
liberta-se nos encantos dos tons genuínos 
e renuncia às cores do pensamento ilusório...
Encontra a pureza do ser,
e afasta-se da força do que se quer,
solta-se numa vaga de vento
e embala numa só luz de uma multiplicidade de emoções...
Aconchega-se no brilho de um recanto,
e suspira na liberdade da vida...

Custódio Cruz
19 horas e 44 minutos
01 / Abril / 2013