Afinal a vida foi,é...e será sempre um desafio na sequência sólida de percorrer caminhos que se ajustem à reflexão equilibrada e tolerante, onde os projetos nunca acabem, e se definam cada vez mais naquilo que queremos ser, e não no que os outros querem que nós sejamos...
Perceber que refletir e concluir são atos que não podem estar confinados apenas ao reflexo daquilo que experimentamos sozinhos, ou obcecadamente vemos nos outros,caindo assim na tentação de criar verdades absolutas agarradas a pressupostos com falta de equilíbrio identificativo da nossa própria vontade...
Não podemos nem devemos querer para os outros aquilo que foram momentos nossos,e ajustados apenas e só para nós próprios...
Fazer crescer é educar e tentar ser amigo,é procurar limar com valores acrescentados os passos próprios de uma imaturidade pela qual quando jovens naturalmente passamos,e ou se está bem atento,ou então ficamos apenas por nossa conta,e isso pode ser muito perigoso...
Sinto sinceramente que os "meus" me olham com a admiração de quem foi livre de escolher o seu próprio caminho,com responsabilidade e dispensando cópias comportamentais,mas entendendo que a partir de uma "base experimentada" também podemos ramificar genuinamente o nosso próprio"eu"...
Só se vive uma vez,e tirar originalidade a um ser,é limitar as emoções que estavam reservadas para cada um,e isso eu penso que não é justo...

Custódio Cruz

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...
"...No dia em que me silenciarem a voz,não me apagarão os gestos,no dia em que me aniquilarem os gestos,nunca farão esquecer os meus sentimentos..." CustCruz

domingo, 25 de setembro de 2011

Raízes e valores que me podem levar à "queda"...

Sim...eu fui educado com valores dos quais me recuso a abandonar...


A minha mãe Maria Augusta encostava o "carro dos amendoins" junto ao passeio circundante do Jardim Municipal, e ali conquistava o fruto do sustento de uma família humilde,solidária e que com o esforço dos progenitores davam aos filhos a felicidade de uma "fase de vida" que eles "perderam" entre montes e vales...
Beirões dos quatro costados...chegaram á Figueira com um saco de roupa que lhes haveria de ser roubado logo a seguir de um armazém emprestado que lhes servia de poiso para descanso dos guerreiros...
O meu pai Custódio Cruz,carregava no pescoço o peso de um enorme cinto de cabedal que sustentava de ponta a ponta o equilíbrio de um o expositor de madeira,onde os senhores escolhiam as gravatas que mais lhes convinham,ou até e apenas aquelas que completavam a imagem possível de um Homem que se pretendia "ao tempo" ser na verdadeira acepção da palavra...
Em casa...até cansava ouvir e sentir a preocupação de cumprir a tempo e horas o pagamento dos amendoins ao armazém do senhor Fernando Alves do Vale...ou então das gravatas à loja de um outro tal senhor Fernando...
Era assim que nos diziam...era assim que nos ensinavam...procurando ter o crédito disponível a todo o momento,haveria também que cumprir com as mais valias de quem os fornecia de forma confiante...e sempre com um sorriso nos lábios...
Pois foi...venderam amendoins,gravatas,gelados,bolacha americana,castanhas,cintos,porta moedas...sei lá...tinham sido empregados do Grande Hotel da Figueira...e a minha mãe até foi criada de servir no Palácio Sotto Maior...
Gente importante estes meus pais...que neste preciso momento me fazem emocionar pela saudade...
Chegou à muito a minha vez de assumir maiores dificuldades na vida...e por aqui ando já quase à toa...lutando e correndo atrás das suas dedicadas lições...que hoje me confundem num labirinto de onde não consigo sair...
Assumo naturalmente"lutas e guerras"em defesa própria, mas nunca esquecendo os outros...e principalmente aqueles "outros" que são mais ou menos da minha igualha...
Levo "lambadas" de traições por compadres oportunistas, e ainda assim não desisto de lhes dar a mão através de um perdão que os possa fazer perceber que quem é "fraco", se pode fortalecer onde encontra mais facilmente a compreensão e sensibilidade para os seus dramas e inconsequências da vida...
O que os poderosos desde sempre mais recearam e receiam no mundo é que os "fracos" se unam numa só voz,numa só intenção,num só objectivo,e por isso se aprumam contra os seus impérios...
Por isso mesmo...respondem na manipulação "daqueles" que confusos entram na sua canção do bandido...e a quem prometem mundos e fundos...mas que nunca serão vislumbrados e até pela razão directa de que estes não cresçam personalizadamente...
Nem sei o que diga...nem sei o que pense...
Nem sei se chore...ou se solte gargalhadas...
Ouvi em casa...que um dia podia ser aquilo que eu sonhasse...
Aprendi na escola...os vários caminhos que me eram oferecidos mesmo que errando em um ou outro passo...
Acreditei nos mais"velhos"...pelos sorrisos confiantes com que brindavam as minhas dúvidas e receios...
Aprendi com os mais jovens...que não era a idade que fazia o Homem...mas a oportunidade de o fazer crescer...
Senti desde sempre a sincronia de um mundo que agora caiu num desespero e desorientação, e com o qual aquilo que me ensinaram não se afigura como regra para os ultrapassar...
Pior do que isso...é saber convictamente que o passado tem razão...e que mais cedo ou mais tarde será ele que prevalecerá para bem do equilíbrio do mundo...
Mas agora...é o agora que nos leva para o conflito insensato de não saber "ceder" privilégios em bem dos tais outros...e para bem de todos nós...
O meu passado ensinou-me a ser sério,honesto e verdadeiro...e agora o que vou fazer?
Pois é isso...
Vou lutar...
Porque não quero apagar a minha história e as histórias de quem acredita e sempre acreditou que o mundo é pequeno...mas até pode dar para todos...
Entretanto...já senti o sussurro de "alguns"que este meu texto leram...e que são os tais "outros"...que pensam que eu até ainda acredito no pai natal...
Sim...e só por isso a "guerra" está mais perto do que nunca...


CNC