Afinal a vida foi,é...e será sempre um desafio na sequência sólida de percorrer caminhos que se ajustem à reflexão equilibrada e tolerante, onde os projetos nunca acabem, e se definam cada vez mais naquilo que queremos ser, e não no que os outros querem que nós sejamos...
Perceber que refletir e concluir são atos que não podem estar confinados apenas ao reflexo daquilo que experimentamos sozinhos, ou obcecadamente vemos nos outros,caindo assim na tentação de criar verdades absolutas agarradas a pressupostos com falta de equilíbrio identificativo da nossa própria vontade...
Não podemos nem devemos querer para os outros aquilo que foram momentos nossos,e ajustados apenas e só para nós próprios...
Fazer crescer é educar e tentar ser amigo,é procurar limar com valores acrescentados os passos próprios de uma imaturidade pela qual quando jovens naturalmente passamos,e ou se está bem atento,ou então ficamos apenas por nossa conta,e isso pode ser muito perigoso...
Sinto sinceramente que os "meus" me olham com a admiração de quem foi livre de escolher o seu próprio caminho,com responsabilidade e dispensando cópias comportamentais,mas entendendo que a partir de uma "base experimentada" também podemos ramificar genuinamente o nosso próprio"eu"...
Só se vive uma vez,e tirar originalidade a um ser,é limitar as emoções que estavam reservadas para cada um,e isso eu penso que não é justo...

Custódio Cruz

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...
"...No dia em que me silenciarem a voz,não me apagarão os gestos,no dia em que me aniquilarem os gestos,nunca farão esquecer os meus sentimentos..." CustCruz

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Pecado ?

Agora são dois dias no ano em que o meu mundo quase pára para mim...
No entanto,

 não sei como,
mas o incrível aconteceu sem que encontre explicação para o entender...
Senti a entrada em Dezembro 2011 logo no seu primeiro dia,
e também logo tombei agarrado a uma saudade que passou a fazer parte de mim em todos os dias,
a todas as horas,
a todos os minutos,
e a todos os segundos...
Durante esta semana tratei de tudo aquilo que nem antes tinha coragem de fazer,
marquei a missa e avisei a família,
dia 15 de Dezembro fazia dois anos que o meu PAI partiu à procura da minha mãe...
Deixou-nos aqui tristes e de muitas lágrimas caídas no rosto,
deixou-nos algo felizes porque sofreu pouco ou" quase nada" para fazer o que mais queria,
e eu até quero acreditar que seja possível...
Hoje acordei triste,
muito triste,
mas não sabia o porquê...
Vivi a manhã,
e completei a tarde dando azo a uma vontade incrível de ir ao cemitério colocar uma vela à minha Mãe,
à minha Tia
e ao meu Pai...
Como sempre comecei pela minha mãe,
passei pela minha Tia,
e acabei no meu Pai,

a quem me motivei de forma instintiva a ficar mais um pouco ligado á sua foto,
recordando-o com uma saudade quase nos limites...
Fui embora,

 e senti vontade de olhar para trás mais uma vez...
Regressei a casa,
e perdi-me em um mundo feito de um passado com um brilho hipnotisante sempre que lhe toco...
Jantei e fui tomar café,
peguei no telemóvel e acertei "lembranças de sangue"...
Olhei,
e arrepiei-me...
Não podia ser!!
Esqueci-me de assistir na igreja á missa pela alma do meu pai,
voltei a ver o calendário na esperança de estar enganado e concluir que hoje não era o dia 15...
Mas era!!
Era mesmo...
Senti o fechar do rosto,
e perplexo desabafei a minha tristeza com a minha filha...
Meu Deus!!
Como era possível!!
Corri para casa, deitei-me,

e apaguei as luzes,
embrulhei-me na escuridão e fiquei a carpir as mágoas ...
Como terá sido possível ?
Mas afinal eu não gostava do meu Pai?
Pois não,

de facto adorava-o...
Só sei que hoje dei milho ás pombas como ele gostava de fazer,
e sei que hoje dei uma esmola a alguém que precisava de comer uma sopa,
e a quem o meu pai nunca negava...
Só sei,
que não sei o que dizer para justificar o injustificável,
mas também sei que sinto muito a sua ausência
e o silêncio da minha mãe...
Sé sei que não sei se pequei,
e sei que nada sei...
Espero que Deus me perdoe,
porque o meu pai tenho a certeza que se preciso for,

 já o fez...

Custódio Cruz