Falar sobre Eusébio da Silva Ferreira,parece fácil mas não é.
Recordar os seus golos,lembrar os seus talentos,voltar a reviver as suas emoções,é algo por demais arrepiante para quem ame o futebol como ele o amou,para quem se atreva a tentar sentir hoje aquilo que em um dia,em uma hora,em um segundo,só ele mesmo nos conseguiu oferecer como resultado da sua genialidade,da sua simplicidade humana,da sua humildade tão pura quanto o jogo que escolheu no enredo de uma bola de trapos,onde tudo era muito daquilo que vai escapar às explicações cientificas,e que com ele também hoje morrem numa só vez.
Este símbolo transversal ao mundo do futebol,ensinou do muito como se deve jogar com a magia de uma bola,elaborou dentro das quatro linhas emoções e reacções a desafios para os quais se teriam sempre de ter respostas diferentes,deixando-nos assim as dicas capazes que nos motivassem a tentar seguir-lhe os segredos,afinal aqueles segredos que acabavam por não o ser,porque ele próprio não sabia,e nem o queria esconder de ninguém.
Se ele foi único?
Todos o somos também se algum dia nos encontrarmos,cada um com os seus valores,e com a sua própria capacidade de saber lidar com estes.
No domínio para o qual o "pantera negra" nasceu,as dúvidas são inexistentes,perante aqueles que lhe "caíram a seus pés",e mais do que isso sucumbiram aos desejos comparáveis enquanto marca de uma tal dimensão,que conseguisse parar "o mundo do futebol" na hora de uma partida de entre os vivos,que deixasse tão consternado e nostálgico mais do que uma Nação,assim como pontos de um planeta por onde a magia se pudesse espalhar como Eusébio da Silva Ferreira o conseguiu.
Quanto àquele ser das meias palavras e das frases menos bem conseguidas,foi bem a imagem de um trilho a que nunca o ser humano deve fugir,até porque na vida se nunca se pode ter tudo,ainda assim,e como a humildade foi grande num reconhecimento não omitido,prevalece e prevalecerá para todo sempre o brilho de um Rei que se impôs no todo do essencial,sem precisar de se inibir com o que quer que seja...
Outros foram,são e serão ecos de quem o merece,e quem a este mundo do futebol pertença,jamais se esquecerá de um relato emocionado onde um golo se soletrou de forma tão arrepiada e orgulhosa,como em um nome tão nobre e tão distinto como o de Eusébio da Silva Ferreira.
Morreu o homem,mas não morreu o ser,morreu o vulto,mas não morreu o Mito.
Custódio Cruz