Afinal a vida foi,é...e será sempre um desafio na sequência sólida de percorrer caminhos que se ajustem à reflexão equilibrada e tolerante, onde os projetos nunca acabem, e se definam cada vez mais naquilo que queremos ser, e não no que os outros querem que nós sejamos...
Perceber que refletir e concluir são atos que não podem estar confinados apenas ao reflexo daquilo que experimentamos sozinhos, ou obcecadamente vemos nos outros,caindo assim na tentação de criar verdades absolutas agarradas a pressupostos com falta de equilíbrio identificativo da nossa própria vontade...
Não podemos nem devemos querer para os outros aquilo que foram momentos nossos,e ajustados apenas e só para nós próprios...
Fazer crescer é educar e tentar ser amigo,é procurar limar com valores acrescentados os passos próprios de uma imaturidade pela qual quando jovens naturalmente passamos,e ou se está bem atento,ou então ficamos apenas por nossa conta,e isso pode ser muito perigoso...
Sinto sinceramente que os "meus" me olham com a admiração de quem foi livre de escolher o seu próprio caminho,com responsabilidade e dispensando cópias comportamentais,mas entendendo que a partir de uma "base experimentada" também podemos ramificar genuinamente o nosso próprio"eu"...
Só se vive uma vez,e tirar originalidade a um ser,é limitar as emoções que estavam reservadas para cada um,e isso eu penso que não é justo...

Custódio Cruz

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...
"...No dia em que me silenciarem a voz,não me apagarão os gestos,no dia em que me aniquilarem os gestos,nunca farão esquecer os meus sentimentos..." CustCruz

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Porque não vivo sózinho no mundo...obrigado a quem é solidário e justo...




Blog "O sítio dos desenhos..."

Quarta-feira, 27 de Julho de 2011

O álibi do Miguel

Ontem à tarde realizou-se uma importante reunião do executivo da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Eu estive lá.

Discutia-se o futuro do Mercado Municipal.
O salão nobre exibia uma magnífica moldura humana.

Estava como nos seus grandes dias, cheio como um ovo.
O vereador Miguel Almeida apresentou-se num esplêndido tailleur em tons de terra (queimada), onde rutilava a cor de laranja de uma gravata. O da cultura, sem o seu chapéu de palha.
O jogo era a rigor. O vereador cem por cento Daniel Santos, de mãos largas, distribuía cumprimentos enquanto o seu colega Vítor Coelho, mais contrito, se apresentou de braço ao peito, já lesionado.
Os jornalistas tomaram posição, nos seus auscultadores.
O presidente dirigiu os trabalhos.
O vereador Tavares respondeu em tom monocórdico e oficial a um munícipe que o questionava sobre um assunto qualquer que me escapou.

A coisa só começou realmente a aquecer quando o presidente deu a palavra a Custódio Cruz, presidente da Associação de Concessionários do Mercado Municipal.
Mas a estória conta-se assim: o executivo pretende alojar provisoriamente os comerciantes do mercado numa instalação semi-rígida, deslocalizada no parque das gaivotas, enquanto decorrerem as obras necessárias à reabilitação do edifício do mercado. No entanto, estes comerciantes desconfiam que se está a preparar mais um cambalacho imobiliário.

Que tudo se trata de um estratagema para os desalojar definitivamente, pois o executivo serve-se de um regulamento, supostamente redigido pelo vereador Miguel Almeida em 1998 - ao tempo de Santana Lopes - que consagra a perda de direitos adquiridos pelos concessionários.
Pelo que me foi dado perceber da discussão, o projecto para as obras (que supostamente seriam comparticipadas em 80% pelo QREN) não existe – ou está no segredo dos deuses - pelo que eu deduzo que o correspondente orçamento também. Quanto ao famoso regulamento, que o executivo quer fazer valer, fiquei elucidado da sua putativa legalidade ao saber que nunca foi discutido publicamente nem publicado em Diário da República.

Entretanto, a discussão atingiu os píncaros quando Miguel Almeida partiu a loiça (quebrou um copo) tentando explicar, arguindo um papel sem cabeçalho com as assinaturas dos concessionários, no qual estes supostamente concordavam com o supracitado regulamento.
Foi aqui que Custódio Cruz foi aos arames (entre outras coisas que são verdade, chamou qualquer coisa ao vereador Daniel Santos, ao que este respondeu aos gritos “não é verdade, não é verdade”) e o presidente se levantou e mandou toda a gente para intervalo e os vereadores para os gabinetes.Eram então quase cinco em ponto da tarde. Hora do chá. Saí ordeiramente e fui refrescar-me com uns amigos.
Eis senão quando, hoje de manhã, ao ler os jornais na net, fiquei a saber que o facto político do dia para o jornalista da LUSA foi, não a reunião, arrumada numa linha noutro jornal com “peixeirada suspende reunião de Câmara da Figueira da Foz”, mas sim algo que aconteceu durante a citada reunião: um desvio de trinta euros da carteira da vereadora Cardoso das finanças, que esta tinha deixado no seu gabinete. Há coisas realmente importantes.
Tudo o que posso dizer é que pelo menos deste desvio colossal, o vereador Miguel Almeida está inocente. E o presidente. E a restante vereação. E até o jornalista da LUSA, himself. Posso afiançá-lo e até testemunhar. Ninguém arredou pé durante a reunião. Eu estava lá.Temos o mesmo álibi.
. Postado por Fernando Campos em
7/27/2011 02:04:00 PM 0 comentários Links para esta postagem
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