O pior é à noite...
quando o silêncio cai lentamente,
os cantos da casa ficam mais frios,
e o nosso mundo ainda mais pequeno...
Mais pequeno mesmo do que a nossa alma,
que agora mais padece
e sem intervalos se acalma...
A porta já não bate
e por isso ninguém entrou...
O frio é imenso
e sem o quente de quem me amou...
Sei que tenho outro amor ao longe,
num caminhar para também ser feliz...
Mas nesta casa vazia,
ao leme tenho que prosseguir,
mesmo que ás vezes baralhado
sem saber para onde ir...
Partiu minha mãe e partiu meu pai,
um avisou...
e outro com dois toques fez isso,
e agora para aqui estou
num silêncio sem reboliço...
De lágrimas caídas
afago esta dor que é "só" minha...
num silêncio que não mata,
mas onde nada é como dantes...
num refúgio vazio e estranho,
já não os ouço...
já não os sinto..
meus fieis acompanhantes...
Custódio Cruz