Pois...eu sabia que todos estariam a ver a Final da Taça de Portugal entre o F.C.Porto e o Vitória de Guimarães...e logo assim...diminuiriam os "riscos de ser incomodado" por algum conhecido da bola ou da vida que de sem querer me perturbá-se no meu silêncio perante o gosto que tenho por exposições de fotografia...
Dito e quase feito...
Pois..."quase"...
Quase...porque ainda assim foram poucos "os tempos" que estive sozinho na sala da exposição,e entre os vários visitantes ainda gramei com um "cromo" de tenra idade, ao qual até achei alguma piada pela sua postura inteligente para a medida da sua natural juventude,que era bem evidente e manifestada nas suas perguntas pertinentes sobre os "sons dos búzios",que para ele eram similares ao sons de qualquer copo colocado ao contrário num ouvido...e por isso,o problema dele mesmo era apenas saber se afinal os búzios nos ofereciam mesmo o som do mar...ou não...
Boa,pensei eu...Parei por momentos de observar as fotografias, e ficando quedo e de costas voltadas amplifiquei o som dos meus ouvidos tomando atenção e como que recuando instintivamente no tempo,onde na minha missão de treinador de futebol jovem era imperioso observar e compreender posturas humanas para depois lhes tentar dar uma nova dimensão ou profundidade objectiva...
A frustração até conseguiu tomar alguma conta de mim,mas tudo só porque desta vez não podia nem devia agir,não fosse eu apenas mais do que um visitante àquele evento,e perfeitamente estranho a um contexto familiar que no meio da sala de exposições se proporcionou protagonizado por um miúdo e o seu pai(primeiro),o miúdo e a mãe (a seguir),e ainda depois e de novo o "raio do puto" mais a avó...
Eu sei que vocês ainda não estão a perceber nada,mas já lá vamos...
Ó pai,o som dos búzios não é o do mar pois não?
Responde o pai :
Ó filho sei lá...dizem que sim...
Diz o puto :
Não é nada,já te disse que se eu virar um copo ao contrário,o som é o mesmo...e os copos não vêm do mar...
Boa,pensei de novo...
Diz o pai:
Tu és um parvo...
O pai sai da sala,e o puto contrariado pela falta de respostas segue-lhe o caminho...
Passado poucos segundos volta o "cromito" pela mão da mãe,e volta a tentar perceber a sua dúvida ou motivação de momento...
Ó mãe os búzios...
E a mãe sem o deixar concluir responde antecipadamente...
Ó filho,isto é uma exposição sobre os pescadores e a pesca,desde que começa até que acaba...
Bem,até que enfim que alguém dá alguma "explicação de geito" ao miúdo(penso eu),mas ainda assim também compreendia a frustração do rapazola,pois também afinal o que ele queria mesmo saber e para começar,era sobre o som do búzio,quanto ao resto seria com certeza para depois...
Logo de seguida a mãe abandonou o espaço sem lhe dizer nada,e ele sozinho por ali ficou,sorrateiramente pegou na caneta,olhou à volta,(eu disfarcei que não o vi),e ele não vai de modas,toca a escrever a sua opinião sobre a exposição no livro de registos de presenças...
De repente,foi surpreendido por uma senhora mais idosa,que deduzi fosse sua avó,e que lhe pegou pelo braço e o retirou da sala,não deixando de lhe dar um "raspanete" com aquilo que ele tinha escrito no dito memorando...
Caminhando forçado e sob a ação de uma tentativa providencial de lição de moral, não deixou no entanto de ripostar...
Olha,o que eu lá escrevi foi só a minha opinião sobre a exposição e mais nada...
Fiquei revoltado,não contra a criança mas contra a falta de "senso no mundo" para se educar o futuro,pois foram notórias ali carências educativas nos próprios pais para motivarem a reflexão em quem mais precisa...
Afinal de contas,porque não lhe explicaram que o "som do búzio" até podia ser o que ele quisesse,desde que também percebe-se que se o dizem é para ser respeitado como base para as suas próprias descobertas...
Assim,talvez ele até tivesse passado da porta e tivesse também olhado uma única vez para cada uma das 17 fotos expostas,e consequentemente feito muitas mais perguntas,e quiçá a tarde teria sido mais bem passada...
A verdade é que ele lutou por um início de "aventura" naquela exposição,mas nunca passou da vitrina inicial(onde estavam os tais búzios ponto e agudos),tão belos quanto enigmáticos,e representativos de certo de uma mensagem à qual não foi ajudado a captar...
Revoltado,e na minha opinião numa trajectória educacional com um resultado futuro de mais um ser humano prepotente e mal educado,descarregou as suas frustrações naquele pedaço de papel e tinta de borla, que servia para deixar uma opinião sobre os sentimentos vividos com esta experiência que ele não foi ajudado a sentir...
Bem,eu continuei a viver "As Gentes do Mar"até à fotografia 17,e acabei uma hora e um quarto mais tarde aquando da chegada à tal vitrina,que por mim guardei para o final...
Sim,já sei,estou ou fui exagerado no tempo de observação,mas como levei um livrinho de apontamentos(porque gosto),e também porque tenho sempre receio de me esquecer de alguma coisa,previligiava assim os "tópicos emocionais"que são só meus, e de mais ninguém...
Chegou o tempo de deixar uma mensagem ao autor,e deparo-me com a tal opinião do miúdo,classificando a exposição(que ele não viu),nem ninguém como já o referi lhe ajudou a ver,de uma grande porcaria...
De forma traquina,mas já calculista e mordaz,assinou,desconhecido...
Tinha pensado eu em escrever "algo simples" sobre o que tinha sentido naquela viagem a um mundo diferente, e no fundo o que tinha acrescentado ao dia e tempo que escolhi para a visualizar,mas depararo-me com outras emoções imprevistas que afinal já dizem alguma coisa sobre o trabalho do Pedro Cruz exposto no CAE até ao dia 12 de Junho...
É que reflectindo concretamente sobre o incidente,aquele garoto já não saiu dali igual a quando entrou,como alguém já nos terá deixado em pensamento e de forma acertada...
Viu pouco,mas em pouco mais de um minuto de cada vez,não deixou de questionar a sua mente sobre as dúvidas que ainda assim levou para casa...Dito e quase feito...
Pois..."quase"...
Quase...porque ainda assim foram poucos "os tempos" que estive sozinho na sala da exposição,e entre os vários visitantes ainda gramei com um "cromo" de tenra idade, ao qual até achei alguma piada pela sua postura inteligente para a medida da sua natural juventude,que era bem evidente e manifestada nas suas perguntas pertinentes sobre os "sons dos búzios",que para ele eram similares ao sons de qualquer copo colocado ao contrário num ouvido...e por isso,o problema dele mesmo era apenas saber se afinal os búzios nos ofereciam mesmo o som do mar...ou não...
Boa,pensei eu...Parei por momentos de observar as fotografias, e ficando quedo e de costas voltadas amplifiquei o som dos meus ouvidos tomando atenção e como que recuando instintivamente no tempo,onde na minha missão de treinador de futebol jovem era imperioso observar e compreender posturas humanas para depois lhes tentar dar uma nova dimensão ou profundidade objectiva...
A frustração até conseguiu tomar alguma conta de mim,mas tudo só porque desta vez não podia nem devia agir,não fosse eu apenas mais do que um visitante àquele evento,e perfeitamente estranho a um contexto familiar que no meio da sala de exposições se proporcionou protagonizado por um miúdo e o seu pai(primeiro),o miúdo e a mãe (a seguir),e ainda depois e de novo o "raio do puto" mais a avó...
Eu sei que vocês ainda não estão a perceber nada,mas já lá vamos...
Ó pai,o som dos búzios não é o do mar pois não?
Responde o pai :
Ó filho sei lá...dizem que sim...
Diz o puto :
Não é nada,já te disse que se eu virar um copo ao contrário,o som é o mesmo...e os copos não vêm do mar...
Boa,pensei de novo...
Diz o pai:
Tu és um parvo...
O pai sai da sala,e o puto contrariado pela falta de respostas segue-lhe o caminho...
Passado poucos segundos volta o "cromito" pela mão da mãe,e volta a tentar perceber a sua dúvida ou motivação de momento...
Ó mãe os búzios...
E a mãe sem o deixar concluir responde antecipadamente...
Ó filho,isto é uma exposição sobre os pescadores e a pesca,desde que começa até que acaba...
Bem,até que enfim que alguém dá alguma "explicação de geito" ao miúdo(penso eu),mas ainda assim também compreendia a frustração do rapazola,pois também afinal o que ele queria mesmo saber e para começar,era sobre o som do búzio,quanto ao resto seria com certeza para depois...
Logo de seguida a mãe abandonou o espaço sem lhe dizer nada,e ele sozinho por ali ficou,sorrateiramente pegou na caneta,olhou à volta,(eu disfarcei que não o vi),e ele não vai de modas,toca a escrever a sua opinião sobre a exposição no livro de registos de presenças...
De repente,foi surpreendido por uma senhora mais idosa,que deduzi fosse sua avó,e que lhe pegou pelo braço e o retirou da sala,não deixando de lhe dar um "raspanete" com aquilo que ele tinha escrito no dito memorando...
Caminhando forçado e sob a ação de uma tentativa providencial de lição de moral, não deixou no entanto de ripostar...
Olha,o que eu lá escrevi foi só a minha opinião sobre a exposição e mais nada...
Fiquei revoltado,não contra a criança mas contra a falta de "senso no mundo" para se educar o futuro,pois foram notórias ali carências educativas nos próprios pais para motivarem a reflexão em quem mais precisa...
Afinal de contas,porque não lhe explicaram que o "som do búzio" até podia ser o que ele quisesse,desde que também percebe-se que se o dizem é para ser respeitado como base para as suas próprias descobertas...
Assim,talvez ele até tivesse passado da porta e tivesse também olhado uma única vez para cada uma das 17 fotos expostas,e consequentemente feito muitas mais perguntas,e quiçá a tarde teria sido mais bem passada...
A verdade é que ele lutou por um início de "aventura" naquela exposição,mas nunca passou da vitrina inicial(onde estavam os tais búzios ponto e agudos),tão belos quanto enigmáticos,e representativos de certo de uma mensagem à qual não foi ajudado a captar...
Revoltado,e na minha opinião numa trajectória educacional com um resultado futuro de mais um ser humano prepotente e mal educado,descarregou as suas frustrações naquele pedaço de papel e tinta de borla, que servia para deixar uma opinião sobre os sentimentos vividos com esta experiência que ele não foi ajudado a sentir...
Bem,eu continuei a viver "As Gentes do Mar"até à fotografia 17,e acabei uma hora e um quarto mais tarde aquando da chegada à tal vitrina,que por mim guardei para o final...
Sim,já sei,estou ou fui exagerado no tempo de observação,mas como levei um livrinho de apontamentos(porque gosto),e também porque tenho sempre receio de me esquecer de alguma coisa,previligiava assim os "tópicos emocionais"que são só meus, e de mais ninguém...
Chegou o tempo de deixar uma mensagem ao autor,e deparo-me com a tal opinião do miúdo,classificando a exposição(que ele não viu),nem ninguém como já o referi lhe ajudou a ver,de uma grande porcaria...
De forma traquina,mas já calculista e mordaz,assinou,desconhecido...
Tinha pensado eu em escrever "algo simples" sobre o que tinha sentido naquela viagem a um mundo diferente, e no fundo o que tinha acrescentado ao dia e tempo que escolhi para a visualizar,mas depararo-me com outras emoções imprevistas que afinal já dizem alguma coisa sobre o trabalho do Pedro Cruz exposto no CAE até ao dia 12 de Junho...
É que reflectindo concretamente sobre o incidente,aquele garoto já não saiu dali igual a quando entrou,como alguém já nos terá deixado em pensamento e de forma acertada...
O mérito desse pouco mas valoroso,foi de quem se lembrou de lá expor o búzio e até o ajudou,já a culpa das suas dúvidas seguirem de novo consigo,foi de quem lhe devia ter dado caminhos de reflexão,e assim o catapultarem no lançamento de uma aventura aliciante e não de circunstância oca,que de outra forma e como digo,com toda a certeza lhe construiria novos horizontes humanos...
Sinceramente,ando preocupado com a forma como hoje em dia se educa,esquecendo a essência das coisas mais simples,e que são os principais alicerces do que podemos ser depois...
É por estas e por outras que sou dos que ainda pensa,que o "carinho" é fundamental para com quem cresce,que uma "boa palmada" na hora certa não fará mal a ninguém,desde que compensada com argumentos pedagógicos que façam crescer mentes que um dia terão que lidar com o bem e com o mal...
Já neste caso dava eu a "palmada" sei eu bem a quem,e os elogios no meio de tudo isto vão para a avó,que se calhar não sabendo da história que se passou,perdeu a oportunidade de desculpar mais o neto e menos os pais...
Ainda assim,grande avó,que lhe pegou no braço e lhe proporcionou a lição de não ser parvo mesmo que de forma mais inocente do que culpado...
Sinceramente,ando preocupado com a forma como hoje em dia se educa,esquecendo a essência das coisas mais simples,e que são os principais alicerces do que podemos ser depois...
É por estas e por outras que sou dos que ainda pensa,que o "carinho" é fundamental para com quem cresce,que uma "boa palmada" na hora certa não fará mal a ninguém,desde que compensada com argumentos pedagógicos que façam crescer mentes que um dia terão que lidar com o bem e com o mal...
Já neste caso dava eu a "palmada" sei eu bem a quem,e os elogios no meio de tudo isto vão para a avó,que se calhar não sabendo da história que se passou,perdeu a oportunidade de desculpar mais o neto e menos os pais...
Ainda assim,grande avó,que lhe pegou no braço e lhe proporcionou a lição de não ser parvo mesmo que de forma mais inocente do que culpado...
Custódio Cruz
*Parte ll segue em momento oportuno(digo eu)...