Afinal a vida foi,é...e será sempre um desafio na sequência sólida de percorrer caminhos que se ajustem à reflexão equilibrada e tolerante, onde os projetos nunca acabem, e se definam cada vez mais naquilo que queremos ser, e não no que os outros querem que nós sejamos...
Perceber que refletir e concluir são atos que não podem estar confinados apenas ao reflexo daquilo que experimentamos sozinhos, ou obcecadamente vemos nos outros,caindo assim na tentação de criar verdades absolutas agarradas a pressupostos com falta de equilíbrio identificativo da nossa própria vontade...
Não podemos nem devemos querer para os outros aquilo que foram momentos nossos,e ajustados apenas e só para nós próprios...
Fazer crescer é educar e tentar ser amigo,é procurar limar com valores acrescentados os passos próprios de uma imaturidade pela qual quando jovens naturalmente passamos,e ou se está bem atento,ou então ficamos apenas por nossa conta,e isso pode ser muito perigoso...
Sinto sinceramente que os "meus" me olham com a admiração de quem foi livre de escolher o seu próprio caminho,com responsabilidade e dispensando cópias comportamentais,mas entendendo que a partir de uma "base experimentada" também podemos ramificar genuinamente o nosso próprio"eu"...
Só se vive uma vez,e tirar originalidade a um ser,é limitar as emoções que estavam reservadas para cada um,e isso eu penso que não é justo...

Custódio Cruz

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...
"...No dia em que me silenciarem a voz,não me apagarão os gestos,no dia em que me aniquilarem os gestos,nunca farão esquecer os meus sentimentos..." CustCruz

sábado, 7 de maio de 2011

Pinceladas "leves" de um quadro de vida...deste cromo que sou eu...aquele gajo de que muitos falam...e tão poucos conhecem...



Desde sempre me habituei,a sério,mesmo desde da minha adolescência e não de agora,imaginava e fazia conjecturas possíveis,tinha até curiosidade em saber como qualquer um,mas rapidamente preferia ver o lado positivo de tudo isto...
Afinal era eu aquele que apontavam e o tal de tudo aquilo que quisessem,numa personalidade com luz própria e a que "alguns" davam atenção previligiada,e que contrariamente ao que pensavam não me constrangia nem um pouco que fosse...
Como dizia um amigo meu...

"...O mister está farto de levar na tromba,mas o que mais me surpreende é que por mais sangue que lhe façam na alma você ainda consegue ter tempo para sorrir..."

Pois é,com 18 anos iniciei a minha trajectória como treinador de futebol,criei uma escola de jovens jogadores (Abadias) e em tempos onde nem se sonhava com tal desidrato organizativo e pedagógico,vivia os arrepios de um sonho que enchia aquele parque verde com a festa do futebol,onde os putos "mais ou menos" como eu treinavam quatro vezes por semana e se enchiam de brios para agradar aos muitos apaniguados da bola que iam ver os jogos aos sábados à tarde...
Dei nas vistas e saltei de novo para a Naval,agora como treinador de iniciados e infantis,fui quase campeão nacional no primeiro ano,levei os iniciados no ano seguinte ao Nacional,e na terceira época foram Juvenis e Juniores (ambas as equipas treinadas por mim...)à "Fase Final" para campeão nacional...
Como assumia uma liderança desajustada aos padrões da sociedade daquele tempo,"desatinei",e foi de abalada até ao Grupo Desportivo de Buarcos,onde permaneci durante cinco anos e vivi êxitos inéditos na história daquele clube...
Tive a emoção amarga e doce de derrotar a Naval,que era,é...e sempre será o clube do meu coração,mas na verdade foi nesta primeira saída da Naval de livre vontade que tive os "primeiros ataques" de gente porca e feia,que mais tarde se vergaram ao peso de me terem de novo no clube com um feitiozinho ainda mais refinado naquilo que pensava e bem me apetecia...
Entretanto na escola como estudante no Liceu e em tempos (pós 25 de Abril de 74...),e em que os partidos políticos "reinavam" num poderio determinante para a eleição de um qualquer chouriço "bem vestido", sonhei ser presidente da Associação de Estudantes e derrotei-os a todos com uma lista independente(à quase 30 anos atrás...),em que escolhi o "amarelo"vejam só,como cor que contrapus ao laranja de Sá Carneiro,ao vermelho tresmalhado de Mário Soares,ou ao vermelho vivo de Álvaro Cunhal,enfim,no tempo em que por exemplo "dava autógrafos" a muito boa gente que hoje vive da política e me adora solenemente...
Com a postura que tinha e polémico como não podia deixar de ser,aquilo foi sempre a "ganhar amigos de estimação" em cada esquina que ia contornando ...
Pronto,e foi assim que começaram a olhar muito mais para mim,e me fui também habituando a que assim fosse,depois se não o fizessem,bem sinceramente até já ficava contrariado.
Pois,é isso...o texto já vai longo, e mesmo que poucos tenham a paciência para o ler, apeteceu-me desabafar e escrever este primeiro capítulo dos seguintes que vou concretizar,para que da próxima que me chamarem nomes já o possam fazer com mais objectividade,e quiçá até com mais sentido de justiça nas suas apreciações e suposições.
Tenho no entanto como certo e acreditem,que não faço nada disto para promover aquilo sou como pessoa,mas sim para apenas  revelar uma base comportamental que possa até ajudar-me a mim próprio a valorizar as razões pelas quais hoje até sou por exemplo um teso,orgulhoso e um convencido de merda.
Peço perdão pela má educação,mas se não escrevesse assim não tinha o impacto real das minhas verdadeiras emoções.
Hora boas,e até ao próximo capítulo deste meu regresso ao passado.

CNC