O pior é quando a vontade já só escolhe a noite,
o fascínio da alma aconchega-se no silêncio,
e o medo do dia atormenta os sentidos...
A solidão espalha-se num só destino,
e o mundo unifica um desenho para um só caminho...
Por entre as brumas de uma memória,
mistérios loucos se confundem no horizonte,
a vida deixa de saber sorrir,
e o fim aproxima-se decidido a fechar o livro...
Aí,
a lua faz brilhar o reflexo da história,
insinua-se como o espelho onde começa a erguer o sol,
hipnotiza a vontade de se voltar a sonhar,
idealiza um novo caminho para se começar...
Amanhece o espírito que faz sorrir,
e levanta-se o sonho que nos faz andar,
passo a passo,
apagam-se as recordações de um breu falso e sem sentido,
o mundo avança mais forte do que nunca,
e abraça-nos com o carinho que reconhecemos em quem nos deu a vida...
Sempre por perto,
erguem-se as mãos de quem nunca perdeu,
de quem nunca só ganhou,
mas também nunca se entregou ao destino de escolher entre a Lua e o Sol,
ou entre o Sol e a Lua...
Custódio Cruz