Afinal a vida foi,é...e será sempre um desafio na sequência sólida de percorrer caminhos que se ajustem à reflexão equilibrada e tolerante, onde os projetos nunca acabem, e se definam cada vez mais naquilo que queremos ser, e não no que os outros querem que nós sejamos...
Perceber que refletir e concluir são atos que não podem estar confinados apenas ao reflexo daquilo que experimentamos sozinhos, ou obcecadamente vemos nos outros,caindo assim na tentação de criar verdades absolutas agarradas a pressupostos com falta de equilíbrio identificativo da nossa própria vontade...
Não podemos nem devemos querer para os outros aquilo que foram momentos nossos,e ajustados apenas e só para nós próprios...
Fazer crescer é educar e tentar ser amigo,é procurar limar com valores acrescentados os passos próprios de uma imaturidade pela qual quando jovens naturalmente passamos,e ou se está bem atento,ou então ficamos apenas por nossa conta,e isso pode ser muito perigoso...
Sinto sinceramente que os "meus" me olham com a admiração de quem foi livre de escolher o seu próprio caminho,com responsabilidade e dispensando cópias comportamentais,mas entendendo que a partir de uma "base experimentada" também podemos ramificar genuinamente o nosso próprio"eu"...
Só se vive uma vez,e tirar originalidade a um ser,é limitar as emoções que estavam reservadas para cada um,e isso eu penso que não é justo...

Custódio Cruz

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...
"...No dia em que me silenciarem a voz,não me apagarão os gestos,no dia em que me aniquilarem os gestos,nunca farão esquecer os meus sentimentos..." CustCruz

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A sonhar com a nossa Figueira da Foz( Capítulo lI )...


Há!...
Agora sim!...
Cá estou antes de me ir deitar...a espreitar o mundo pelo meu computador...
Mas é a tal coisa...quando o sono aperta até podemos retomar outros caminhos...
Aparece de novo o silêncio...e aí vou eu como que acordado em frente à Igreja Matriz...
Bate o sino por três vezes...e dou de caras com aquele prédio em ruínas no início da Rua Fresca...
Olha!...
Queres ver que a Câmara Municipal tomou mesmo posição...e conseguiu defender a integridade física do cidadão que por ali passa tantas vezes?...
Olha e foi mesmo...
Agora...o passeio que estava cortado com umas fitas ranhosas da protecção civil...está todo arranjadinho e o dito prédio tem protecções para precaver a segurança de quem ali passa...
É assim mesmo...ainda diziam que um "Juiz" não era bom para Presidente da Câmara...
O Dr.Ataíde puxou do seu sentido de justiça...recuperou a figura dos zeladores municipais... e teve o conhecimento suficiente com que argumentou a forma de acabar com aquele escândalo...que há anos é denunciado pelo cidadão comum e contra quem ninguém até agora tinha conseguido fazer nada....
Desci a Rua Fresca...e fui dar de caras com o Jardim Municipal...


Até o Paulino diria...
"Ó meu Deus...meu rico jardim...como quase voltaste a ser quem eras..."


É verdade!...
Em vez daquele bacalhau que lá tinham estendido ao sol...estava o coreto majestoso e num regresso triunfante de quem nunca de lá deveria ter saído...
A vegetação de silvas e ervas tinha desaparecido...e no seu lugar regressaram as flores tão simples quanto belas no teor genuíno de um jardim na verdadeira acepção da palavra...
Já a biblioteca e os aparelhos de diversão para crianças(mesmo para crianças!..)só estavam a fazer uma pausa na noite...porque ao outro dia já se sabe...apareceriam "os heróis sonhadores" que ali se cansavam durante o dia e regressavam a casa felizes...com o jardim que os adultos afinal tinham guardado para eles...
O que eu não vi mesmo... foram os patinhos "acabrunhados" dentro das suas casotas de pedra...nem o lago prateado...ou a preguiça assombrosa...
Não vi os passaritos na gaiola...nem os peixinhos no lago...já as pombas deveriam estar a dormir e por isso não lhes senti tanto a falta...
Fiquei contente...mas mais triste...por não se recuperar totalmente aquele bem de um passado...que seria eterno na sensibilidade do que uma criança sente...no contacto o mais próximo possível com a natureza vegetal ou animal...
Sentei-me naqueles "novos" bancos de madeira do jardim...e adormeci de novo a relembrar histórias do passado...onde eu que nem pardalito por ali era tão feliz ...quanto o sou agora a contar este meu sonho...
Pois!...


Se adormeci de novo...

deixem-me continuar a dormir...

pois o pesadelo maior...

é mesmo quando tiver que acordar...


Fiquem bem...amanhã conto-vos como este meu indelével sonho prosseguiu feito de alegrias e tristezas...afinal tal e qual a vida nos oferece...com a diferença de que sempre podemos modificar o seu trilho...

Assim queiramos!...
Até amanhã então...