quarta-feira, 9 de junho de 2010
A sonhar com a nossa Figueira da Foz( Capítulo lI )...
Há!...
Agora sim!...
Cá estou antes de me ir deitar...a espreitar o mundo pelo meu computador...
Mas é a tal coisa...quando o sono aperta até podemos retomar outros caminhos...
Aparece de novo o silêncio...e aí vou eu como que acordado em frente à Igreja Matriz...
Bate o sino por três vezes...e dou de caras com aquele prédio em ruínas no início da Rua Fresca...
Olha!...
Queres ver que a Câmara Municipal tomou mesmo posição...e conseguiu defender a integridade física do cidadão que por ali passa tantas vezes?...
Olha e foi mesmo...
Agora...o passeio que estava cortado com umas fitas ranhosas da protecção civil...está todo arranjadinho e o dito prédio tem protecções para precaver a segurança de quem ali passa...
É assim mesmo...ainda diziam que um "Juiz" não era bom para Presidente da Câmara...
O Dr.Ataíde puxou do seu sentido de justiça...recuperou a figura dos zeladores municipais... e teve o conhecimento suficiente com que argumentou a forma de acabar com aquele escândalo...que há anos é denunciado pelo cidadão comum e contra quem ninguém até agora tinha conseguido fazer nada....
Desci a Rua Fresca...e fui dar de caras com o Jardim Municipal...
Até o Paulino diria...
"Ó meu Deus...meu rico jardim...como quase voltaste a ser quem eras..."
É verdade!...
Em vez daquele bacalhau que lá tinham estendido ao sol...estava o coreto majestoso e num regresso triunfante de quem nunca de lá deveria ter saído...
A vegetação de silvas e ervas tinha desaparecido...e no seu lugar regressaram as flores tão simples quanto belas no teor genuíno de um jardim na verdadeira acepção da palavra...
Já a biblioteca e os aparelhos de diversão para crianças(mesmo para crianças!..)só estavam a fazer uma pausa na noite...porque ao outro dia já se sabe...apareceriam "os heróis sonhadores" que ali se cansavam durante o dia e regressavam a casa felizes...com o jardim que os adultos afinal tinham guardado para eles...
O que eu não vi mesmo... foram os patinhos "acabrunhados" dentro das suas casotas de pedra...nem o lago prateado...ou a preguiça assombrosa...
Não vi os passaritos na gaiola...nem os peixinhos no lago...já as pombas deveriam estar a dormir e por isso não lhes senti tanto a falta...
Fiquei contente...mas mais triste...por não se recuperar totalmente aquele bem de um passado...que seria eterno na sensibilidade do que uma criança sente...no contacto o mais próximo possível com a natureza vegetal ou animal...
Sentei-me naqueles "novos" bancos de madeira do jardim...e adormeci de novo a relembrar histórias do passado...onde eu que nem pardalito por ali era tão feliz ...quanto o sou agora a contar este meu sonho...
Pois!...
Se adormeci de novo...
deixem-me continuar a dormir...
pois o pesadelo maior...
é mesmo quando tiver que acordar...
Fiquem bem...amanhã conto-vos como este meu indelével sonho prosseguiu feito de alegrias e tristezas...afinal tal e qual a vida nos oferece...com a diferença de que sempre podemos modificar o seu trilho...
Assim queiramos!...
Até amanhã então...