Foto Pedro Cruz
Duas fotos,
duas imagens naturalmente diferentes,
dois rostos que em dados momentos reflectiram a alma...
Um espírito capaz de nos dizer tanto,
tanto,tanto,
mas que ainda assim só mesmo o protagonista poderá certificar essas certezas...
Nem me importo que fique com estas,
pois por mim e apenas por distracção,
faço o esforço de uma leitura baseada em sentimentos,
em gestos,olhares,brilhos e pouco mais...
Tento um exercício sério,
mas com riscos naturais para quem é audaz na procura de verdades alheias a um entendimento vulgar...
A um passado distante,
mais que a jovialidade dos tempos pressinto-lhe uma áurea de enorme confiança e auto-estima,
nos sorrisos comedidos,
a segurança de argumentos capazes de fazer brotar em erupção um vulcão de respostas sem pensamentos demorados...
Na firmeza do olhar,
transparecem as certezas de caminhos onde o fim não se vê,
o princípio era naquele momento,
e o meio naquele que ele quisesse...
Passou o tempo,
e tudo o que tem ficou aquém do que desejava,
segue em frente mais triste do que contente,
cumpre as regras de vida,
mas sem a irreverência que o afrontará de dentro de si até ao fim dos seus dias...
Olha à sua volta,
e cansa-se com as novidades,
olha para dentro de si e sente que ainda tinha tanto para dar...
Encara os dias cinzentos de forma indiferente e conformada,
distraindo-se com um ou outro sorriso,
que por momentos até o faz esquecer que as coisas não lhe correm como um dia sonhou...
Não sei o que se passa,
mas ele o saberá de certeza...
Custódio Cruz