Também o "peladão" nos fez encher o peito,
nos uniu numa só alma.
nos fez bater o coração ao ritmo do sonho mais ansiado...
Subir àquele "palco" era sinónimo de querer,
de poder,de crescer perante quem nos queria enfrentar...
Raramente a moldura impulsionadora falhava na presença,
os gritos cá de fora faziam tremer os sentidos,
o vibrar "dos nossos",
marcavam o compasso da nossa ambição,
o "ultimo grito" rebentava na raiva de só querer conhecer a vitória...
Só quem nos conhecia nos podia definir,
só nós próprios sabíamos do que éramos capazes,
só a aposta nas emoções de um treinador louco,
catapultava a "doce face" dessa mesma loucura...
No fim,
o "peladão" estava do avesso,
revolteado,pisado,e mal tratado,
no balneário os gritos da vitória entoavam nos cantos das memórias que ainda por lá permanecem hoje,
o banho retemperador era feito de um rescaldo de uma história para contar e recontar,
depois,
bem,
depois,
era subir as escadas na companhia das emoções menos sonorizadas,
menos gesticuladas,
mas orgulhosamente conquistadas.
Com um simples gesto se olhava para trás,
e com um leve sorriso introspectivo se revia tudo num só instante,
a mente exercitava o desejo,
pois na segunda-feira a odisseia haveria de continuar...
Até sempre "peladão" dos nossos sonhos...
Custódio Cruz