Afinal a vida foi,é...e será sempre um desafio na sequência sólida de percorrer caminhos que se ajustem à reflexão equilibrada e tolerante, onde os projetos nunca acabem, e se definam cada vez mais naquilo que queremos ser, e não no que os outros querem que nós sejamos...
Perceber que refletir e concluir são atos que não podem estar confinados apenas ao reflexo daquilo que experimentamos sozinhos, ou obcecadamente vemos nos outros,caindo assim na tentação de criar verdades absolutas agarradas a pressupostos com falta de equilíbrio identificativo da nossa própria vontade...
Não podemos nem devemos querer para os outros aquilo que foram momentos nossos,e ajustados apenas e só para nós próprios...
Fazer crescer é educar e tentar ser amigo,é procurar limar com valores acrescentados os passos próprios de uma imaturidade pela qual quando jovens naturalmente passamos,e ou se está bem atento,ou então ficamos apenas por nossa conta,e isso pode ser muito perigoso...
Sinto sinceramente que os "meus" me olham com a admiração de quem foi livre de escolher o seu próprio caminho,com responsabilidade e dispensando cópias comportamentais,mas entendendo que a partir de uma "base experimentada" também podemos ramificar genuinamente o nosso próprio"eu"...
Só se vive uma vez,e tirar originalidade a um ser,é limitar as emoções que estavam reservadas para cada um,e isso eu penso que não é justo...

Custódio Cruz

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...
"...No dia em que me silenciarem a voz,não me apagarão os gestos,no dia em que me aniquilarem os gestos,nunca farão esquecer os meus sentimentos..." CustCruz

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O Mundo visto da minha janela...

Estar do lado de cá da minha janela,
é como ter um sentimento de protecção...
É como não estar exposto
e observar sem desvios os movimentos de quem "sobrevive" lá fora...
Sim...
sobrevive,pois cada vez mais se unifica esse "estado de alma",
tão despersonalizado,
mas ao mesmo tempo tão eficiente...
Tão monótono,
mas tão cómodo no facilitismo da vida...
Fico confuso!...
Pois até nem foi isso que me ensinaram,
nem aquilo que sinto de dentro de mim...
Sobra-me uma revolta sem fim.porque não encontro o caminho da dita normalidade...
Eles lá andam.aritméticamente sincronizados..
Eles sorriem sem instintos,
mas teatralmente perfeitos...
Eles correm,
mas só á velocidade estipulada...
Já eu,fico por aqui perdido nas minhas ilusões,
aquelas ilusões que todos gostam de ver num bom filme,
ou de ler num bom livro,
e até de sentir sem os olhares indiscretos de quem decide...
De resto,e por isso mesmo
também as desejam,
ainda que não resistem a um acordar diário sem a diferença do seu ser...
Pois assim,
passam discretos,
e é mais fácil de não se enganarem nas contas de somar...
Ninguém os põe em causa,
e a vida passa e repassa sem a emoção de um sofrimento desafiador,
ou o brilho de uma almejada conquista...
O mundo visto do lado de cá da minha janela,
é bem melhor do que aquele que se vive lá fora,
mesmo para mim que também tenho que calar,ignorar e sofrer,
para conseguir ter algum fôlego e caminhar na diferença possível,
de ainda assim poder ser eu,
e só mesmo eu,
como sonho em todos os dias da minha vida...
Custódio Cruz