Fui tomar café...
Passei pela Esplanada Silva Guimarães...e sentei-me naqueles bancos de madeira arqueados de forma ilógica para quem pretendia recostar-se e descansar um pouco...
Foram aqueles bancos esteticamente mal apresentados...e pouco ou nada adaptados a quem anda de costas direitas e coluna rectilínea...os que o "Carnaval dos ladrões" nos deixou...
Agora é o que temos...e pior do que isso as pessoas até já se habituaram a usá-los...e também já pouco se importam se lhes faz mal ou se lhes bem...pois como estamos num mundo de compensações...entre o sentar e o levantar sempre se tem a segura presença de uma paisagem pela calada da noite...onde aquela praia de areias mil...ainda assim nos consegue deliciar a mente e refrescar a saudade de outros tempos...em que a paixão também fazia parte de qualquer projecto...
Por mim...sempre me emociono com a minha cidade...naquela "serra alongada"...onde também luzinhas mil alumiam as almas que procuram libertar-se da escravidão de uma vida pragmática...pensada ao minuto e sem espaços para reflectir...
Ao longe...batem as ondas em murmúrios de resignação...e não espevitam a energia de quem precisava acordar para realidades que estão a desfazer o mundo...
Valores...conceitos...ideias...solidariedade...compaixão...atitudes experimentadas nos tempos devidos...e projectadas nas horas certas...
Ó minha Figueira da Foz porque te quero tanto?..
Porque se és quem és...me deixas por aqui moribundo da felicidade que nunca me tinhas recusado...
Eu que te sou fiel...e não me seduso pelo lado de lá...porque aqui tenho quase tudo e não devo nada a ninguém...
Por aqui tenho aquela meia lua prateada e cintilante...que me prende o olhar e me solta o desejo de te abraçar como brisa de vento...que me aconchega na imaginação de um lugar calmo...e longe dos "animais" que pisam esta terra que deveria ser de todos e para todos nós...
Ando triste com a vida...ando triste com o descaramento dos "gabirus" de gravata engomada...que roubam sem vergonha e pensam que me assustam com qualquer trovoada de movimentos ameaçadores...
Desenganem-se...pois jamais desistirei de vos aniquilar...de vos disciplinar...e colocar no lugar devido...
Pois a nossa Figueira merece...por tudo aquilo que já me deu...e me promete ainda expor em felicidade...
Meia lua...que me proteges dos maus olhados e mal intencionados...me refloresces a alma e dás razão ao coração...
Obrigado Figueira da Foz...bem sabes que te quero muito...
Custódio Cruz