Trailer "Ainda há pastores?" (Jorge Pelicano)
O meu pai foi pastor...
Era de Cavadoude,uma aldeia da Beira Alta bem encostada à Guarda...
O meu pai,fez de quase tudo um pouco para ocupar dignamente o seu lugar no mundo,cresceu entre montes e vales,e brincou cuidando do seu sustento entre as ovelhas,os lobos e os fiéis amigos...
Foram tantas as histórias que ele me contou pela calada da noite,entre o piscar dos olhos para um soninho aconchegado nos seus braços,e os arrepios doces com que me contava peripécias que o moldaram como o melhor PAI do mundo...
A astúcia do lobo não o amedrontava,o carinho pelas ovelhas davam-lhe o alento para não desistir de as defender,e o seu amigo fiel ajudava-o naquela "guerra" diária,entre a acção e a solidão,entre o silêncio e os sons ímpares e subtis que somente a natureza nos consegue proporcionar...
Uma vida cheia de espaços de reflexão,num destino carregado de certezas duras e desafios difíceis,por encruzilhadas entre rios e ribeiros,ou caminhos estreitos e cravados de pedras falsas e impiedosas...
Entre o medo da escuridão,e a frescura da manhã,acelerava o passo no regresso compensador a casa,mas sempre comandado por uma estrela de uma felicidade feita de poucos sorrisos,mas sonhada com o rigor do coração...
Ficou-lhe o amor pelos animais,as agruras das terras bravas,e as feridas lambidas pela criatividade de quem não vivia só,mas passava a maior parte do tempo sozinho...
Arrepiou-se pelo deambular das cobras,mas nunca se deixou perder no veneno de um olhar tão cheio de um vazio sem fim...
Já passou mais de um ano,que ele partiu para a sua última aventura,entre tantas que preencheriam um livro,e até uma enciclopédia de um história repleta de páginas bem vividas...
Desceu os tais montes e vales,e fitou em sedução os seus olhos pelo mar,sonhou com o horizonte,e conseguiu muito do que quis,por aqui percorreu a ultima etapa,e abalou para o fim de uma história que jamais acabará para quem o conheceu,o viveu,e sobretudo o amou...
Olha Jorge Pelicano,perguntas tu,se ainda há pastores,pois olha,eu tenho a certeza que sim,mesmo que estejam algures,e num lugar que também eles merecem,e que será tão igual quanto aquele que descobriste,que parece tão mau,mas do qual o meu pai nunca se queixou,e mais do que isso,de certo foi para lá que voltou...
Repito,se ainda há pastores?..
Sim,tenho a certeza que sim,sobretudo enquanto houver quem os procure nos seus silêncios,e os encontre como tu o fizeste...
Tive tanto tempo para recordar aquilo que tanto queria,esperei tantas horas para perceber aquele encanto que lhe brilhava nos olhos,e hoje encontrei este vídeo,que me fez recordar muito,e me deu muito mais ainda daquilo que eu ainda não sabia...
Caíram-me lágrimas mil,pela aproximação a um mundo que também me pertence,nem que seja pelo testamento de quem mo fez sentir verdadeiramente,e tanto me dirá até aos últimos dias da minha vida,,,
O meu pai foi pastor...
Era de Cavadoude,uma aldeia da Beira Alta bem encostada à Guarda...
O meu pai,fez de quase tudo um pouco para ocupar dignamente o seu lugar no mundo,cresceu entre montes e vales,e brincou cuidando do seu sustento entre as ovelhas,os lobos e os fiéis amigos...
Foram tantas as histórias que ele me contou pela calada da noite,entre o piscar dos olhos para um soninho aconchegado nos seus braços,e os arrepios doces com que me contava peripécias que o moldaram como o melhor PAI do mundo...
A astúcia do lobo não o amedrontava,o carinho pelas ovelhas davam-lhe o alento para não desistir de as defender,e o seu amigo fiel ajudava-o naquela "guerra" diária,entre a acção e a solidão,entre o silêncio e os sons ímpares e subtis que somente a natureza nos consegue proporcionar...
Uma vida cheia de espaços de reflexão,num destino carregado de certezas duras e desafios difíceis,por encruzilhadas entre rios e ribeiros,ou caminhos estreitos e cravados de pedras falsas e impiedosas...
Entre o medo da escuridão,e a frescura da manhã,acelerava o passo no regresso compensador a casa,mas sempre comandado por uma estrela de uma felicidade feita de poucos sorrisos,mas sonhada com o rigor do coração...
Ficou-lhe o amor pelos animais,as agruras das terras bravas,e as feridas lambidas pela criatividade de quem não vivia só,mas passava a maior parte do tempo sozinho...
Arrepiou-se pelo deambular das cobras,mas nunca se deixou perder no veneno de um olhar tão cheio de um vazio sem fim...
Já passou mais de um ano,que ele partiu para a sua última aventura,entre tantas que preencheriam um livro,e até uma enciclopédia de um história repleta de páginas bem vividas...
Desceu os tais montes e vales,e fitou em sedução os seus olhos pelo mar,sonhou com o horizonte,e conseguiu muito do que quis,por aqui percorreu a ultima etapa,e abalou para o fim de uma história que jamais acabará para quem o conheceu,o viveu,e sobretudo o amou...
Olha Jorge Pelicano,perguntas tu,se ainda há pastores,pois olha,eu tenho a certeza que sim,mesmo que estejam algures,e num lugar que também eles merecem,e que será tão igual quanto aquele que descobriste,que parece tão mau,mas do qual o meu pai nunca se queixou,e mais do que isso,de certo foi para lá que voltou...
Repito,se ainda há pastores?..
Sim,tenho a certeza que sim,sobretudo enquanto houver quem os procure nos seus silêncios,e os encontre como tu o fizeste...
Tive tanto tempo para recordar aquilo que tanto queria,esperei tantas horas para perceber aquele encanto que lhe brilhava nos olhos,e hoje encontrei este vídeo,que me fez recordar muito,e me deu muito mais ainda daquilo que eu ainda não sabia...
Caíram-me lágrimas mil,pela aproximação a um mundo que também me pertence,nem que seja pelo testamento de quem mo fez sentir verdadeiramente,e tanto me dirá até aos últimos dias da minha vida,,,
Obrigado Jorge Pelicano,pelo complemento conseguido com a tua enorme sensibilidade......
Custódio Cruz