Mais uma escapadela ao primeiro andar da "Sala de visitas da Figueira da Foz",entre o ir e o chegar,medi os passos no entusiasmo de voltar a ter o prazer de olhar os olhares dos outros,de saciar curiosidades só identificáveis muito depois de lá chegar,porque é lá que estão "as descrições dos momentos",é lá que recuamos a par com o autor nas emoções passadas, e que só depois serão interpretadas à nossa maneira, numa liberdade própria,e que nos pertence por direito,e se ainda cada um tem a sua própria sensibilidade e valoração "das coisas",mal está em quem expõe,se não se identifica mesmo em nada com aquilo que resulta do olhar de quem quis saber,nem mesmo até na surpresa,que afinal de contas por isso mesmo foi "algo" que lhe escapou,e nem agora o consegue ou tem humildade para viver...
"Pá grave"...
a vida é feita dessas contradições,
e é por isso que esta "tem muita graça"...
Acelerando o ritmo como em um motor endiabrado,é absoluta a verdade e convicção de que em outros tempos a "velocidade da máquina" seria de certo menor do que a de agora,mas a "impressionante" realidade temporal de cada momento,marca a subjectividade da qualidade de vida vivida por cada ser no seu próprio tempo.
"Figueira no passado e Futuro",a Torre do Relógio ainda lá continua,o horizonte permanece rectilíneo e delimitando a capacidade de sonho com que cada um se pode aventurar,o "deserto da claridade" espreita triste e cabisbaixo na sua imensidão perdida de um areal sem fim,a evolução dá-nos uma cabine telefónica para comunicar,e apenas isso, aquele "coração gelado" esconde a vergonha de quem não acautela o bem de todos,o posto de correios oferece os selos de uma "solidão ainda mais fria no tu cá tu lá"...
Bem,podia ser pior...
Bem,podia ser pior...
Duas máquinas,duas realidades distintas,a mesma marca com linhas a identificar o seu próprio tempo,juntar ou ter a oportunidade de as ver juntas,foi com toda a certeza o "click" que fez disparar o olhar de Cintia Sofia,o título que lhe deu,antevê tanto de crítico como de promissor,deixa no ar o incentivo das razões que possam recordar o passado e desenhar o futuro,mas pergunto eu :
Caminhando para melhor?
Pois que assim seja,como "o principal brilho" foi a presença dos dois irmãos,o muito que sobra fica à consideração de quem o queira reflectir...
Na verdade,Cintia,nem sei se tenha saudade,ou se me entusiasme pelo futuro,não sei se quero voar nos sonhos da adrenalina,ou aproveitar um ritmo com pausas mais pensadas,eles são os dois amarelos,mas marcam o tempo a que pertencem,e mais do que tudo completam-se na sequência da história que os criou.
Por mim,aqui fica uma reflexão que,não sei bem se foi a que a Cintia me propôs...
O certo,é que "quase" sempre um "caçador de momentos" não deixava de captar a oportunidade que agora nos trouxe,Parabéns Cintia Sofia...
CNC