Anos cinquenta...
É verdade eu ainda não tinha nascido...
Mas caramba, eu gosto da minha terra e por isso até ao "baú dos outros" vou buscar memórias vividas de uma "alma" que é de todos...
Se reflectir-mos partindo do passado, e caminhando para o presente, todos sabemos e temos consciência de que tiraram à Figueira da Foz e objectivamente à sua "zona tradicional e histórica"(Zona Ribeirinha), todo o tipo de iniciativas que a projectavam e dinamizavam culturalmente...
Desertificaram e gelaram, isso mesmo O CORAÇÃO da nossa terra...
Gostar da figueira não é só construir betão armado em "cubículos de luxo"habitados pelos que podem,mas que por sinal durante o ano nem por cá moram...
Gostar da figueira não é só pensar que a construção do CAE é suficiente para instruir e dar a conhecer toda a riqueza cultural que o nosso concelho tem...
Gostar da figueira não é extinguir algo como o "cinema" da zona histórica enquanto arte dos tempos e para os tempos imortais...
Gostar da figueira é muito mais do que isso,
porque podemos e devemos transportar a nossa alma cultural para a rua,para o palco da vida,espalhando as nossas tradições como neste tempo para a Rua da Republica,para o Jardim Municipal(mesmo que amputado da sua essência original),para o Mercado Engenheiro silva,para a avenida do Forte Santa Catarina,para a avenida do Grande Hotel...
Sim já sei,estas avenidas que menciono têm outros denominações, mas cá para mim começava já por aí,não o deviam ter,preservar a nossa cultura é não deixar morrer a nossa mente histórica,e para isso nada melhor que manter os símbolos que nos notabilizam e notabilizaram ao longo dos tempos...
Aqui fica uma foto que pode ser "objecto reflectivo" daquilo que perdemos e podemos voltar a ganhar...
Como neste simples exemplo, um rancho nunca é "piroso",porque afinal de contas basta pensar um pouco e desmistificar esta premonição negra desde sempre:
"...A juventude daqui a uns tempos já não gosta disto..."
Conversa,este é o Rancho das Flores de Portugal,tipicamente e bem genuíno daquela época, mas pouco ou nada diferente dos que ainda hoje existem no nosso concelho,e quem dança aproximadamente seis décadas depois?
A juventude claro,só pode...
Só para terminar atente-se à ornamentação daquela artéria da nossa cidade,o povo apinhado cantando e dançando à passagem da nossa gente,daquilo que é o nosso ser mais profundo:
Gente da nossa terra,com o "ganda" Zé Leonardo da Rádio Foz do Mondego, logo ali na frente na companhia da sua mana Rosa do Mercado...
Olha para ali só o estilo do "Zézito" e da "Rosita" todos contentes a abanar o capacete...
Actividades do passado é verdade,mas que nunca morrem se as respeitarmos e as dermos a conhecer no presente...
Venham "outras" de skeit ou ao ritmo punk,ou seija lá o que for, pois haverá sempre um tempo para tudo,e nada se deve nem pode deitar fora...
Volta minha alma figueirense,tenho saudades tuas...