Luís Cavaleiro - Reflexos
As verdadeiras paixões sempre começam por princípios de afinidade,mas ainda que até se nasça e se cresça num meio,não será preciso no entanto ser esse o ponto chave para se ficar atraído por "aquilo" que um dia se revela como um começo de uma ligação que nunca mais acaba,mesmo que intervalos de contacto "façam vírgulas" a essas emoções,mais tarde ou mais cedo se retorna "ao canto de um cisne",e reencontra como Luís Cavaleiro o poderá ter feito,o que se espera,mas também sempre mais do que aquilo que se tinha "sentido" da primeira vez...
Erguendo a alma e aprumando a objectiva, fez este "observador da vida" pontificar uma circunstância sempre única,onde elementos como a terra,o ar e a água,se revelam ombreados e envoltos em luzes de um "lume brando",que não o é,mas que a preceito quase o parece ser,e assim "aquece" os olhos de quem "o vive"...
Não bastou pegar na máquina,e disparar,mas sim expor-se ao sentimento que surgiu em paralelo com o coração,deixou voar o olhar,e captou a presença em rigor de um céu verdadeiro,e de outro tão calmo e reflectido num rio,onde a indumentária se revela num desenho de simetrias feitas de realidades físicas,onde nem os edifícios dos simbolismos, da história e das crenças,se despem daquilo que representam,e são por isso notórios para quem os quiser reconhecer...
É este espírito minucioso e cuidado de Luís Cavaleiro,que lhe revela a sensibilidade e o respeito por aquilo que vale a pena,e do qual faz mesmo questão de realçar.
A Casa do Paço,a Igreja Matriz a luzir à noite nas costas da zona ribeirinha da nossa "aldeia",ou "as velas espigadas" dos veleiros e barcos de aventuras que seduzem "as gentes do mar",são entre outros,"os riscos" de uma foto diferente,e capaz de definir com um brilhante relevo os contornos negros das margens, numa colagem criativa,mas capaz de não ter fuga possível no quadrante com que a imagem foi "apanhada"...
Num "manto azul" se aconchega a escolha de Luís Cavaleiro,acantonada no sonho,dorme calma e tranquila a nossa Figueira da Foz.
Terminei mais uma vez feliz,esta simples análise feita por aquilo que nem sei de onde vem,reproduzo sentimentos meus,por "uma tela que não foi pintada" por mim.
Sejam tolerantes à minha "ignorância" na matéria, e quiçá,com mesmo alguma patetice à mistura,não deixo de ser eu a ter a certeza,de que a escrever sobre os 20 Olhares e 20 autores expostos no Mercado da Figueira,eu (ali)sou verdadeiramente feliz...
Brilhou,Luís Cavaleiro.
Custódio Cruz