Afinal a vida foi,é...e será sempre um desafio na sequência sólida de percorrer caminhos que se ajustem à reflexão equilibrada e tolerante, onde os projetos nunca acabem, e se definam cada vez mais naquilo que queremos ser, e não no que os outros querem que nós sejamos...
Perceber que refletir e concluir são atos que não podem estar confinados apenas ao reflexo daquilo que experimentamos sozinhos, ou obcecadamente vemos nos outros,caindo assim na tentação de criar verdades absolutas agarradas a pressupostos com falta de equilíbrio identificativo da nossa própria vontade...
Não podemos nem devemos querer para os outros aquilo que foram momentos nossos,e ajustados apenas e só para nós próprios...
Fazer crescer é educar e tentar ser amigo,é procurar limar com valores acrescentados os passos próprios de uma imaturidade pela qual quando jovens naturalmente passamos,e ou se está bem atento,ou então ficamos apenas por nossa conta,e isso pode ser muito perigoso...
Sinto sinceramente que os "meus" me olham com a admiração de quem foi livre de escolher o seu próprio caminho,com responsabilidade e dispensando cópias comportamentais,mas entendendo que a partir de uma "base experimentada" também podemos ramificar genuinamente o nosso próprio"eu"...
Só se vive uma vez,e tirar originalidade a um ser,é limitar as emoções que estavam reservadas para cada um,e isso eu penso que não é justo...

Custódio Cruz

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...
"...No dia em que me silenciarem a voz,não me apagarão os gestos,no dia em que me aniquilarem os gestos,nunca farão esquecer os meus sentimentos..." CustCruz

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Aqui eu sou feliz, e quem de 20 tira dezanove,até só podia faltar uma...




"Perfume de Outono" - Susana Cardoso

Oriundo de "raízes pobres" como o sou,de concepções de vida que alicerçam ainda hoje a dignidade com que me "defendo",e filho  de ex.vendedores de castanhas assadas dos quais muito me orgulho,acredite Susana Cardoso que a escolha que deixou no Mercado,me originou um aperto no peito,e uma vontade que agora acabo por desfolhar como páginas de um "Livro de Vida" que perfazem uma história doce e protagonizada  por aqueles meus grandes heróis.
Susana Cardoso,retratou em tempo oportuno e naquele espaço "sui generis" da Figueira da Foz,um momento vivo,peculiar e sinalizante de uma das quatro estações do ano,marcado por gestos e atitudes de abrandamentos de marcha para quem passa,e que insensível não ficou  àquele "cheirinho" a castanhas assadas,que deliciam a mente e consolam o desejo que "aquece" as expectativas de como um bom fruto nos pode oferecer como compensação a uma refrega de Verão.
"Perfume de Outono",traz-nos de um "geito" figurado um ingrediente que se molda à transição para o inverno, e a completa com cores quentes que se espalham em rodopios cinzentos,e em direcção ao céu.
Numa zona nobre da cidade como o é sem dúvida nenhuma o Bairro Novo,funcionou a impulssividade de Susana Cardoso,que para além do mais,faz reflectir um contraste que não a choca,mas que pelo contrário lhe pareceu um complemento perfeito na necessidade humana de vivências conciliadoras,onde pobre e rico,mas dignos,não se obstruam em sentimentos de repulsa social,na razão directa de que um carro de mão até possa ser "pedra de toque" num picadeiro distinto,de que baldes e banquitos inestéticos sejam mesmo uma necessidade para o retalhar das castanhas antes de entrarem na panela,ou de ainda que aquele banco recostado,seja mais do que necessário para os repousos intervalados de quem passa horas de pé a exercitar fluxos invasores de um fumo branco acinzentado,que por cada canto procura quem o queira acompanhar na "boa nova" que antecede o "mergulho no inverno"...
Susana Cardoso,induz ainda à sensibilidade de "jogos" que se entendem,entre os de um Casino bem enquadrado de forma paralela às incidências descritas,como que num esforço de que se solte a reflexão,para que às emoções humanas não falte nada,nem mesmo o fruto de Outono,feito de cores e sabores quentes,que já transportam uma chancela tradicional,e mais do que isso,proporciona uma liberdade sem etiquetas na forma de saborear e expressar um sorriso daqueles que são mesmo oriundos da verdade.
Num dia típico de Outono,em que mesmo que só a timidez do sol apareça,ambicione na luz do seu espírito,e veja com os seus olhos nos 20 Olhares,20 Autores,expostos no Mercado da Figueira,como Susana Cardoso não se liga só às potencialidades técnicas da sua "máquina",mas muito mais se orienta,naquilo que é,naquilo que sente,e no que a impele para o que bem lhe apetece...
Custódio Cruz