Figueira cidade sem rosto que se lhe diga e se lhe aponte como o cinzento dos sonhos,sempre brilha e resplandece à luz do tanto que lhe queremos,mas muito mais por aquilo ela nos oferece com a sua subtil relação com a natureza.
Pedro Martins,indiferente não conseguiu ficar,quando em "seu sítio"deste canto abençoado soou a sirene de um final de tarde distinto,capaz de o surpreender e lhe revelar um pouco mais daquilo que em outras ocasiões quase o preencheu,num "quase" que nunca se alcança para quem impulsionado vive pelo vício dos momento únicos.
Um paredão,sempre é um paredão de incidências,se não deixava de o ser,na longitude do seu trajecto convulsões o rodeiam quando a força natura o testa na "vontade" de o contrariar,por entre rochas em quina se libertam batidas estridentes,em fundos escuros se afogam remoinhos traiçoeiros,com os passos inseguros se pisam espelhos feitos de mar e encaixilhados em pequenos fundos marcados no chão.
Pedro Martins,observa esse caminhar e rouba-lhe o reflexo de uma presença,apruma o ângulo e não deixa escapar o sorriso tímido do sol,afinal é verdade,também pode haver sol numa tempestade.
A um dia cinzento não se pode adicionar muito mais do que a cor que o domina,ainda que aos tons,um sol atrevido não deixe de forma persistente de lhe distribuir algumas tonalidade prateadas,fazendo antever nos pressentimentos uma enorme esperança de uma mudança de tempo para breve,
Entre os 20 olhares,um registo captado nas oportunidades que a vida nos dá,entre os 20 Autores uma das que mais brilho solta para quem gosta da vida tal qual ela é...
Custódio Cruz